A pior crise economica da historia do Brasil: confira a pratica que resultou em 09 milhões de brasileiros desempregados

Edição n° 37

Por Wandir Coelho Cavalheiro

O ano de 1930 foi marcado pela queima de café, prática que tinha, como objetivo, destruir o estoque a fim de tentar forçar a valorização do grão no mercado internacional. Na época, a economia do Brasil se consolidava na exportação do grão, mas a saca do café havia perdido seu valor drasticamente. Estima-se que, naquele ano, foram queimados 04 bilhões de quilos de café. Já o PIB de 1930 e 1931, somados, teve uma queda de 5,4%, sendo considerada a pior crise da história até o momento.

Ressalta-se que, neste atual período, entre 2015 e 2016, sofremos sérios problemas econômicos com um recuo do PIB de 7,3% -lembrando que esse número ainda pode aumentar até o findar do ano de 2016. A equação para resolver esse déficit está muito aquém da simples ação de queimar sacas de café. O atual cenário é tão critico que alguns economistas — se opondo ao ceticismo – estimam que a situação do país só voltará ao seu âmbito normal em 2020. “Não podemos nem dizer que se trata de um ciclo de três anos. Ele é muito mais longo do que isso”, relata Otto Nogami, professor de economia da escola de negócios Insper.

Outro fato que se alastrou na crise foi o do desemprego: a taxa que o Brasil demorou uma década para reduzir de 10% para 5%, retrocede ao seu marco zero em apenas 02 anos! As famílias que ficam desempregadas acabam inadimplentes, e, por vezes, perdem a credibilidade no mercado: muitas estão sem dinheiro para efetuar pagamentos de contas primárias.
Com o mercado de trabalho travado, outros problemas serão acarretados em prazo mais curto. “Uma economia estagnada apresenta um custo social crescente, com o aumento do desalento”, diz Heron do Carmo, professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP). Desalento é aquela situação em que o cidadão desiste de procurar emprego, ficando frustrado com o mercado, inclusive, parando de se atualizar e de estudar, o tornando “menos necessário ainda” para o mercado.

Com a alta do desemprego e a estagnação da economia, as famílias, obviamente, tendem investir menos na formação dos jovens. A perda de capital humano sobrepesa em médio e longo prazo no desenvolvimento de qualquer país. Diferentemente de construir uma fábrica, o investimento em um cidadão educado, produtivo e crítico exige aprendizado ao longo da vida, ou seja, se faz necessário um planejamento contínuo. Perder esse crescimento no setor humano significa graves consequências no futuro do país, o que levará muitos anos para ser recuperado.
Já é de conhecimento mútuo e notório que parte da crise se dá pela corrupção, todavia, não se limita à corrupção propriamente dita. Para ser mais preciso, boa parte do problema se deu em virtude de uma política econômica arrogante e imprudente. Para tanto, economistas e instituições financeiras especializadas na área previam tal crise. O fato é que o governo forçou a baixa dos juros com o intento de incentivar o consumo em seguimentos seletos, se valendo até do marketing populista, propagando o chamado “nova classe média”. Na realidade, o barateamento forçado de combustíveis, energia elétrica e crédito facilitado acaba, respectivamente, por apresentar seu verdadeiro custo, a propósito, com a inflação em alta e com o aumento das dívidas públicas. A resposta de um devaneio que não parecia ter fim.

“Ficou clara a situação de desequilíbrio, com a estagnação do PIB ao mesmo tempo que a inflação aumenta”, diz Carmo, da FEA-USP. O habitual “dentro da economia” é: se a inflação subir, como medida, aumentam-se os juros. Porém, não faz mais sentido aumentar os juros nacionais, pois estes já estão chegando a seus limites! Aumenta-los na situação em que o país se encontra só aumentaria – ainda mais – as dívidas dos cofres públicos. A única solução possível em curto prazo para o governo é cortar ao máximo os gastos públicos e esperar que o mercado se normalize, tendo em vista que, se as famílias param de consumir por falta de dinheiro, as empresas serão forçadas a diminuírem os preços por excesso de estoque, logo, a inflação irá cair. É claro que, nesta transição, quem sofre as consequências é a população de maneira geral; muitas empresas irão falir por falta de vendas, o que irá atenuar ainda mais o desemprego, e, nesta sucessão, as famílias irão passar necessidades.

tabela

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1930 e 1931

Com a quebra da Bolsa de valores dos Estados Unidos da América, o mundo todo foi afetado. O Brasil, país que tinha como aparato de sua economia a venda de commodities, isto é, mantendo a economia na exportação de café, com a queda da bolsa de valores deixou de exportar 65% do café.

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1981 a 1983

Foi marcado pela valorização do preço do barril de petróleo no mercado mundial. O Brasil tinha como principal comprador do seu petróleo os Estados Unidos da América. Logo, os Americanos, pressionados pelo alto preço do barril, subiram as taxas da dívida externa, a qual alcançou o marco de US$ 100 bilhões.

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2015 e 2016

O governo incentivou o consumo estagnando preços em áreas seletas e incentivou a politica de crédito facilitado, fazendo o markenting da “nova classe media”. Esta prática resultou em 09 milhões de brasileiros desempregados, inflação em alta e o sumiço de investimos na nação.