Doença de Crohn

Edição n°31

Por Thiago Oliveira Borges

Esta é uma séria doença inflamatória gastrointestinal que afeta predominantemente a parte inferior do intestino delgado (íleo) e intestino grosso (cólon), mas pode afetar qualquer parte do trato gastrointestinal.

A doença de Crohn é crônica e, provavelmente, é provocada por desregulação do sistema imunológico. Esta doença inicia-se frequentemente na segunda e terceira décadas de vida, mas pode afetar qualquer faixa etária.

Em razão da doença de Crohn se comportar como a colite ulcerativa (em geral, é difícil diferenciar uma da outra), ambas as doenças são agrupadas na categoria de Doenças Inflamatórias Intestinais (DII).

Diferentemente da doença de Crohn, em que todas as camadas estão envolvidas e na qual pode haver segmentos de intestino saudável normal entre os segmentos do intestino doente, a colite ulcerativa afeta apenas a camada mais superficial (mucosa) do cólon de modo contínuo.

Dependendo da região afetada, a Doença de Crohn pode ser chamada de ileite, enterite regional ou colite. Para reduzir a confusão, o termo Doença de Crohn pode ser usado para identificar a doença, qualquer que seja a região do corpo afetada (íleo, cólon, reto, ânus, estômago, duodeno).

Classificação da doença:

Essa doença é imprevisível. Alguns pacientes não possuem sintomas, até que ocorre um surto ou começam a surgir reclamações, que podem se modificar ao longo de um período. A reação é diferente sempre, porque a doença de Crohn não progride da mesma maneira em todos os pacientes, o que também dificulta o diagnóstico e o controle dos sintomas. Porém, há uma classificação básica da doença.

Leve a moderada: o paciente sofre de diarreia frequente e dor abdominal, mas pode andar e comer normalmente. Não sofre de desidratação e nem febre.

Moderada a grave: é o paciente que falhou no tratamento de doença leve a moderada ou tem sintomas mais evidentes, como febre, perda de peso significativa, dor abdominal ou sensibilidade, náusea e vômitos intermitentes ou anemia significativa.

Fulminante: sintomas persistentes, apesar de ter passado pelo tratamento adequado para o estágio moderado ou grave da doença. Pode sentir febre alta e vômitos persistentes. O paciente apresenta também evidências de obstrução intestinal ou abcesso, além de perda de peso mais grave.

Sintomas:

Os sintomas da Doença de Crohn são: diarreia, cólica abdominal, febre e as vezes sangramento anal. Também podem ocorrer perda de apetite, perda de peso, artrite, aftas, inflamação dos olhos e sintomas de pele.

Tratamento

O tratamento para a doença de Crohn deve ser feito em etapas. Existe um sistema de mensuração da atividade da doença baseado no número de evacuações, dor abdominal, indisposição geral, ocorrência de fístulas e de manifestações patológicas à distância, que permite classificar a doença em leve, moderada ou grave. Se a doença de Crohn é leve, o clínico acompanha a evolução do paciente indicando um tratamento bem mais leve do que o arsenal usado nos casos mais avançados. Às vezes, nenhuma medicação é necessária, mas isso varia caso a caso.

O tratamento terapêutico da doença de Crohn é direcionado para reprimir o processo inflamatório desregulado. Os medicamentos disponíveis atualmente reduzem a inflamação e controlam os sintomas, mas não curam a doença de Crohn – isso porque a doença não tem cura, até o momento.

O tratamento clínico para a Doença de Crohn é feito com aminossalicilatos, corticoides, antibióticos, imunossupressores e terapia biológica e objetiva diminuir os sintomas da fase aguda, induzir o período de remissão e proporcionar a manutenção do mesmo.

O tratamento cirúrgico para a doença de Crohn é necessário para tratar obstruções, complicações e falta de resposta ao tratamento clínico.