Edição n° 17
Hoje meus pais longe de mim são tão sozinhos,
E eu mais sozinho ainda, aqui. Sozinho, e só, e sozinho.
Hoje há um fácil demais na espera, há uma pressa de tudo ficar como está,
E viver vem todo como se já houvesse existido.
Não choro, não gemo, pois penso somente estar triste.
Deito-lhe a minha alma, ó dia! Adormecida no silêncio de ser sem saber-se…
E ao final dos meses não quero nada; não quero nada como sempre quis.
Amor, Amar, Querer, e um apego. Ah, que esforço querer-me sentindo o mesmo,
E como se estivesse recordando, eu em um outro _aqui dentro de mim_
Em anexo, sigo-me.
Pardo, permanente e só _sou o que sou. E o que não sou, já fui um dia:
Talvez mais próximo dos meus pais. Talvez no ombro azul da namorada.
Hoje é cedo, prematuro; cedo demais para querer começar tudo de novo.
Sou criança dentro de mim…
E os meus pais… Os meus pais viveram há anos!