Outra vez o terror

Edição n°79

Por Dr. João Luiz

 

Na última quinta-feira a Espanha se viu mais uma vez atingida por um atentado terrorista, este mal que vem se tornando frequente na Europa. Este é o tipo de ocorrência em que a covardia se faz presente da forma mais evidente, atingindo a todos de forma indiscriminada. Ninguém está livre de se tornar vítima daqueles que se dedicam a esta prática nefasta que não tem como se justificar sob nenhum argumento minimamente racional.

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Foge a qualquer tentativa de compreensão a insensibilidade de grupos e indivíduos que se dedicam à prática do terror. Um crime é tanto mais incompreensível quanto maior a oportunidade que o criminoso tem de refletir sobre seu ato e suas consequências, pois difere em muito da ação decorrente de um impulso que escapa à prévia reflexão. O ato terrorista demanda premeditação e preparação.

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Aqueles que têm a oportunidade de refletir sobre os atos criminosos que vão praticar e suas consequências, e ainda assim os levam a efeito, não são dignos de qualquer tolerância. Claro que vários são os crimes que comportam esta característica. Mas os terroristas reúnem uma maldade adicional. Suas vítimas são indiscriminadas. Podem atingir crianças, jovens, adultos, idosos, até mesmo parentes seus, pois em geral atacam em locais onde podem estar presentes pessoas de qualquer parte do mundo, sem distinção.

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O ataque do Al-Qaeda aos vários pontos dos Estados Unidos, em 11 de setembro de 2001 deixou isto muito evidente. É praticamente impossível circular pelo museu onde se localizavam as torres gêmeas do World Trade Center, onde se veem as consequências da tragédia que ceifou a vida de aproximadamente três mil pessoas de várias nacionalidades, inclusive brasileiros, sem se emocionar. Pela Rua Las Ramblas, em Barcelona, onde ocorreu um dos ataques de quinta-feira, circula grande número de turistas internacionais.

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Felizmente, não se tem notícia de brasileiros vitimados pela tragédia de Las Ramblas, porém muitos afirmaram que lá estavam, próximos a ela. O Brasil tem se mantido livre do terror, porém este mal tem atingido muitos brasileiros. A generalização das vítimas é motivo suficiente para que cada indivíduo, independentemente da sua nacionalidade, se sinta indignado por ataques terroristas, onde quer que ocorram, já que ninguém está livre de se tornar vítima deles.

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