Edição n° 41
Sempre foi muito comum ouvir os brasileiros dizerem que “o Brasil é o país da impunidade, onde ricos cometem crimes e nunca são pegos”. Esta fala se reproduziu nos Estados Unidos e na Europa, pois, nestes países, basta conversarmos um pouco com as pessoas para que sejamos surpreendidos com uma questão que nos remete a este pensamento. É certo que a imprensa exerce um papel fundamental ao demonstrar os casos reais de impunidade, por outro lado, evidenciando, para outras partes do mundo, os pontos negativos do nosso país. Por muito tempo, foram estes fatos verídicos que ilustravam um cenário político blindado e intacto.
Todavia, o jornal Folha Carapicuibana é parte da eficácia dos novos padrões jornalísticos e é partícipe nas atuais mudanças do cenário político: graças à consolidação do capitalismo, iniciou-se a era da globalização e, neste novo período em que vivemos, a informação chega em frações de segundos, isto é, há um intercâmbio de informações, o que contribuiu para mudanças efetivas e tomada de providências por parte do judiciário em todas as cidades brasileiras – especialmente na cidade de Carapicuíba, grande São Paulo.
O vereador do município, Paulo Xavier de Albuquerque (PSDB), primeiro agente político a ser preso nesta gestão, com prisão efetuada no dia 12/05/2016, foi alvo de especulação dos mais céticos. O fato é que, na cidade, a maioria acreditava que tal prisão não passaria de um mês, e que, pelo fato de se tratar de um vereador, o mesmo sairia do cárcere com muita facilidade. Ledo engano!
O fato é que o referido vereador se encontra preso até o momento e, para firmar a prova de que “justiça vem sendo feita”, na última terça (22), a Comissão Processante, composta pelos vereadores Tantinho (PPS), Alexandre Pimentel (PCdoB) e José Salvador (PRB), após estudarem as páginas dos autos, acharam por bem votar a favor da cassação do mandato de Paulo Xavier!
Conforme os parâmetros legais, o advogado do vereador será notificado pelo presidente da Câmara, Abraão Júnior (PSDB), a fim de que possa ser exercido o direito de defesa de seu cliente, o que se dará no ato da votação.
Os vereadores que compõem a comissão processante entenderam que o vereador Paulo Xavier cometeu quebra de decoro, mas, apesar da decisão, ainda não há data para que a Câmara vote pela sua cassação. De acordo com o Ministério Público, há quantidade significativa de indícios contra Xavier.
Paulo Xavier é acusado de nepotismo (contratação de parentes) e de funcionários fantasmas em seu gabinete. De acordo com o Ministério Público a investigação durou dois anos e se iniciaram após a denúncia de um ex-assessor do vereador.