VIVAM OS PESCADORES

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Edição n° 03

Por Adailton Ferreira

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Quem é que mente mais, político em véspera de eleição, ou pescador quando volta pomposo de alto mar? Os dois mentem bem, vamos ponderar; e cada um mente com maestria, a seu jeito. A questão toda é a consequência da mentira contada por cada um. O pescador nos faz rir, o político nos faz chorar. Sim, tem quem chora de ódio, tem quem chora de dor, de insatisfação e, principalmente, de arrependimento.

De arrependimento choram os eleitores mais incautos, os desavisados, irresponsáveis (no bom sentido) assim por dizer. De insatisfação choram os eleitores iludidos, os ingênuos (boa gente, na verdade, mas “que não sabem de nada, inocentes”). De dor, choram aqueles que nem à urna puderam ir: estavam internados, com problemas de saúde, gente que sente na carne o descaso de votos antigos. Agora, de ódio, choram aqueles que procuraram não jogar seu voto fora; aqueles que votaram conscientes, mas que viram seu candidato, escolhido a dedo, fracassar no pleito.

Na verdade, meus caros amigos, temos que valorizar cada vez mais os pescadores, gente que só nos faz rir, com suas mentiras sempre boas e mirabolantes.