Edição n° 02
Engana-se quem pensa que a prática esportiva não contribui para uma boa educação. E se engana redondamente, já que estamos a falar aqui, de bolas. Nas grandes periferias, poucas crianças têm a oportunidade de pegar nas mãos uma bola de handebol, de voleibol, ou muito menos de basquetebol. Existem as quadras esportivas, mas de uma estrutura tão precária, que mal se pode jogar nelas o nosso simplório futebol. Quando a quadra não está repleta de buracos, não se veem as traves do gol. Quando se veem as traves do gol, não existem as redes. Já conheci escolas públicas que nem mesmo possuíam uma bola oficial de futsal. Certos esportes, assim parece, nunca chegarão às escolas da periferia _e isso não é só uma realidade carapicuibana. Os jovens de nossas escolas públicas, municípios afora, em sua maioria, só conhecem alguns esportes por intermédio da televisão.
Tenho a impressão de que uma grande parcela dos nossos administradores públicos nunca praticou um tipo de esporte na vida. Aí eu pergunto: cadê a bola? E vos imploro, com mesura: me passem a bola!