Comunismo: romantismo e desastre.

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Edição Fevereiro 2019

 

Por Wandir Coelho Cavalheiro

 

 

Pessoas tentando atravessar a fronteira em frente aos guardas nacionais venezuelanos, na fronteira entre a Venezuela e o Brasil em Pacaraima. – Ricardo Moraes/Reuters/direitos reservados

 

Jesus foi o primeiro comunista. Repartiu o pão e transformou a água em vinho”. Fidel Castro.

 

Se valendo da frase do mais emblemático revolucionário comunista das Américas, será desdenhada uma breve reflexão a esse pensamento politico que foi e é tão versado entre os Latinos Americanos.

 

Antes de iniciar a reflexão ao “amor vermelho”, é necessário remeter-se a uma obra, pela qual, os ideais comunistas se adaptam, mas que, todavia, nasceu bem antes dele: a “Utopia”. Essa obra, escrita em 1516 pelo filosofo inglês, Thomas More, nasce 16 anos após a chegada (descoberta) de Pedro Álvares Cabral ao Brasil. Ela foi escrita no período em que a Europa, de maneira geral, condenava os criminosos à sentença de morte na forca e reinava uma extrema pobreza em meio aos súditos. A obra é dividida em dois livros: o primeiro descrevia a atual situação da Inglaterra que se estendia aos demais reinos, um povo miserável trabalhando para manter a corte e, o segundo, uma sociedade imaginária, chamada “República de Utopia”. Tendo forte presença de ideais platônicos, os “utopianos” não tinham propriedades privadas para não corromper sua “política de virtudes”. Outro ponto muito importante é a ideia que se opõe ao pensamento de Maquiavel, descrevendo um homem bom; que não seja egoísta e nem individualista, pronto para “socializar” seus bens particulares ao usufruto público. Estamos diante de ideais muito românticos e vermelhos, entretanto, no dicionário, o significado da palavra Utopia é descrito como “cidade perfeita” seguido por “Fantasia” ou “plano que parece irrealizável”.

 

O comunismo ao longo dos anos vem se apresentando sempre com novas “caras”, mas sempre romântico, em busca da “Utopia”. Parafraseando Lord Byron, o amor vermelho se equipara a “um pêndulo entre o sorriso e o pranto” – basta olhar para os nossos irmãos venezuelanos. A Venezuela é a vítima mais contemporânea dessa paixão “cor de sangue”, sangue este que escorre graças ao apoio do governo brasileiro, mais precisamente com a ajuda do PT (Partido dos Trabalhadores), que, atualmente, diante do genocídio de fome que os venezuelanos passam, fecham os olhos como se nada estivesse acontecendo. É bem provável que eles estejam seguindo os ensinamentos de Marx: “Não temos compaixão e não lhe pedimos compaixão alguma. Quando chegar nossa vez, não inventaremos pretextos para o terror”. O atual ditador, Nicolas Maduro, está disposto a espalhar o “terror”, já que fechou as fronteiras do país, ”ceifando” a república e impedindo que suprimentos humanitários cruzem a fronteira Brasil-Venezuela.

 

Hoje, dia 22/02, houve uma manifestação da tribo “Kumarakapay”, índios venezuelanos que, em desespero para não morrerem de fome, entraram em confronto para que fosse liberada a passagem dos caminhões brasileiros, resultando na morte de 02 indígenas e mais 15 feridos pela tropa das Forças Armadas venezuelanas.

 

“Sem qualquer mediação, os funcionários da Guarda Nacional abriram fogo contra um grupo indígena que tentava impedir a passagem dos militares a fim de garantir a chegada da ajuda humanitária enviada à fronteira com o Brasil”, informa a “Kapé Kapé” em seu site, pedindo que os fatos sejam investigados a fundo a fim de que os responsáveis pelos disparos sejam identificados.

 

No fim das contas, os autoproclamados “defensores das minorias”, Partido dos Trabalhadores (PT), em nenhum movimento aliado se pronunciaram, mas fingem não verem nada, passando a ideia de o que está acontecendo não é de sua responsabilidade moral.

 

A literatura “vermelha” é de fato apaixonante, mas, na realidade, o “comunismo não é amor, comunismo é um martelo com o qual se golpeia o inimigo.” Mao Tse-Tung.