setembro de 2018
A equipe Arte na Lata transforma o lixo em instrumentos musicais de uma forma independente nas Cidades de Osasco, Carapicuíba, Santana de Parnaíba e Barueri, ficaríamos grato pela divulgação de nossas ações para que possamos ter mais pessoas simpatizantes que possam contribuir com nossas iniciativas, através das vendas de nossos produtos como CD, Revista Ambiental, Jogo de Tabuleiro, Caneca, Camiseta, assim podemos dar continuidade em nossos trabalhos e se auto estruturar para beneficiar mais jovens, crianças e adolescentes.
A ONG Arte na Lata, uma instituição que há 14 anos oferece música, dança, teatro, circo fortalecendo a arte, cultura, cidadania e educação pelo Brasil, transformando o lixo em instrumentos musicais, o foco da instituição é levar informações de gêneros fomentando a reciclagem além das campanhas realizadas para ajudar o próximo.
Seu fundador, Jotta Ribeiro, concede entrevista inédita ao Jornal Folha Carapicuibana. Confira:
Pablo Rodovalho Nemet/ jornal Folha Carapicuibana: Primeiramente, quero parabeniza-los por esse trabalho tão sólido que a família Arte na Lata vem realizando há 14 anos junto à coletividade. Uma ONG é um meio para transformarmos uma realidade que nos perturba, ou seja, todo projeto social nasce da tentativa de modificar uma situação adversa. A propósito, como surgiu a Ong Arte na Lata?
Jotta Ribeiro / Fundador da ONG Arte na Lata: O samba foi o primeiro ritmo que aprendi aos 14 anos e com 16 já comecei a tocar na noite e aos longos anos, percebi que muitas coisas erradas aconteciam entre as coisas boas, pois a música era uma coisa boa, mas o que me incomodava eram os comportamentos de meus amigos que utilizavam drogas, bebidas alcoólicas e comecei a me afastar dessas pessoas, devido a educação que meus pais me deram e sempre me avisavam sobre os problemas que as drogas poderiam fazer. Foi daí que tive a ideia de passar os meus conhecimentos de percussão e cordas para meus vizinhos que foram acreditando naquela proposta e quando dei por mim já tinha 40 crianças participando, conversei com alguns amigos para me ajudar, se voluntariar e começamos a oferecer aulas musicais para a comunidade que na época eram com instrumentos convencionais, aulas de percussão, cavaquinho, violão, todas as atividades aconteceram na Cidade de Osasco, Favela do Flamenguinho no Jardim Piratininga no ano de 2002.
O projeto musical era tão legal, que aumentou a demanda de participantes, 180 crianças se cadastraram e não tinha como atender todos com esses instrumentos, foi daí então que vendo o Grupo Bate Lata tocar com sucatas, tive a ideia de incluir esses materiais, criar instrumentos e montar apresentações com sucatas no ano de 2004 após uma visita à esta instituição que ficava situada no Bairro de Santa Lucia em Campinas, e foi neste momento que coloquei o nome do Grupo de Arte na Lata. Esta foi à maneira que encontramos para ocupar a mente dos jovens, crianças e adolescentes da comunidade, mostrando novos horizontes para que diminuísse a marginalidade, criminalidade e prostituição em nosso bairro.
Pablo Rodovalho Nemet/ jornal Folha Carapicuibana: Sabemos que transformar a realidade é um processo longo, demorado; composto de várias fases e que requer envolvimento de diversos recursos. Qual é o grande desafio da Ong Arte na Lata?
Jotta Ribeiro / Fundador da ONG Arte na Lata: Atualmente o maior desafio é manter as dívidas mensais e os polos de atendimento nas cidades de Carapicuíba, Osasco, Barueri, Santana de Parnaíba e Itapevi, sem apoio financeiro, pois a instituição leva arte, cultura, cidadania e educação de uma forma descentralizada, levando a musicalização nos lugares menos favorecidos das cidades e contribuindo com o contra turno escolar dos participantes. Todas as atividades são realizadas com associações e escolas parceiras que acredita na transformação social através da música.
Pablo Rodovalho Nemet/ jornal Folha Carapicuibana: Quais são os projetos atuais administrados pela ONG?
Jotta Ribeiro / Fundador da ONG Arte na Lata: A premícia da instituição é a musicalização, oficinas com sucatas, transformamos o rejeito (Lixo) em instrumentos musicais, mas dentro do plano de trabalho oferecemos:
– Palestras de musicalização Infantil dentro das escolas utilizando os ODS – Objetivo de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas;
– Workshop para professores, arte educadores e líderes comunitários, utilizando os ODS – Objetivo de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas;
– Oficina de Artesanato;
– Atendimento Psicopedagógico (um atendimento individual especializado, personalizado para facilitar o aprimoramento educacional de cada aluno que tem dificuldade de aprendizagem);
– Projeto Tambores Que Educam – Um evento realizado pela instituição que oferece para a comunidade: jogos, brincadeiras, atividades lúdicas, gincana, atendimento oftalmológico, dentário, corte de cabelo num evento com duração de 4horas;
– Arte que Alimenta – São Campanhas realizadas ao longo do ano; a instituição arrecada alimentos em eventos, empresas, faculdades oferecendo para entidades parceiras que trabalham com pessoas em situação de rua;
– Campanha Meias do Bem: Uma parceria com a empresa Puket que em cada 40 pares de meias usadas arrecadadas, se transforma em 01 cobertor, as caixas para arrecadações estão nas dependência de nossos parceiros: Associação Recreativa dos Empregados dos Correios de São Paulo, Chic é Ser Solidário e Diretoria de Ensino da Cidade de Osasco;
– Adote um aluno – É um projeto divulgado em redes sociais e aos amigos; para que assim possamos ter brinquedos e oferecer aos alunos em datas comemorativas do ano no Dia das Crianças e Natal.
Campanha Arte que Esquenta – É um projeto que a instituição arrecada agasalhos e oferece para as pessoas atendidas pela instituição e uma forma de angariar fundos através de um bazar que é realizado na instituição.
Cursos: Pintura Facial, Libras, Educação Ambiental, Cuidador de Idoso, Coaching (São cursos de baixo custo onde a verba é revertida para os trabalhos da instituição);
Show Musical: A Instituição Oferece 04 formatos de shows; são equipes formadas por crianças e profissionais voluntários que enriquece as apresentações musicais, misturando ritmos populares, teatro, dança, circo, transformando em um grande espetáculo acompanhado por uma banda. Os formatos de apresentações estão em nosso site.
Pablo Rodovalho Nemet/ jornal Folha Carapicuibana: Vocês já administraram outros projetos? Como funciona a administração para eventuais projetos sociais, há um conselho gestor?
Jotta Ribeiro / Fundador da ONG Arte na Lata: Até o ano de 2009 tínhamos diversas áreas e atividades, mas hoje o nosso foco é musicalização, por este motivo temos arte educadores que contribuem de uma forma voluntária com este conteúdo, criando junto uma metodologia de trabalho. O conselho gestor é formado por uma equipe multidisciplinar que desenvolve suas atividades de uma forma transdisciplinar.
Pablo Rodovalho Nemet/ jornal Folha Carapicuibana: Durante esses anos nossa experiência com a Folha Carapicuibana tem nos permitido perceber o quanto é difícil estabelecer uma parceria sólida e responsável com indivíduos interessados unicamente em transformar o cenário social da nossa região, por mera conscientização e solidariedade. Por outro lado, a riqueza de poder filtrar esses interesses, contribuindo para o desenvolvimento social, é imensurável. Vocês firmam parcerias voluntárias, como se dá essa interação? Quais são os critérios para ser um voluntário da ONG Arte na Lata?
Jotta Ribeiro / Fundador da ONG Arte na Lata: Parceria voluntária é uma das melhores maneiras nos dias contemporâneos devido às dificuldades financeiras do primeiro, segundo e terceiro setor, portanto as torças de produtos, estruturas é o que nos mantém vivos para dar continuidade nos trabalhos, transporte, materiais, troca de serviços e produtos, mão de obra, um ajudando o outro através de permutas; os voluntários da instituição; não temos muita exigência, pois tem que gostar do social, ter conhecimento na área artística e quem não tem é bem vindo e aprende junto, pois oferecemos capacitação e pensamos da seguinte maneira, todos têm suas contribuições para oferecer quando se faz com amor. Há muita dificuldade de ter voluntários responsáveis, por isso pessoas que se interessam pela proposta da entidade sempre são bem vinda e atividades para realizar é o que não falta.
Pablo Rodovalho Nemet/ jornal Folha Carapicuibana: Onde são ministrados os cursos da ONG, quais são os requisitos básicos para a participação da população, quais são as prioridades e como as pessoas poderão se inscrever?
Jotta Ribeiro / Fundador da ONG Arte na Lata: Os cursos são oferecidos em nossa instituição situada em Osasco no Jardim Bela Vista (Espaço cedido pela Prefeitura de Osasco em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente – concessão de uso até 2020) totalmente gratuito: Atualmente temos aulas de patins, atendimento individual psicopedagógico com agendamento (crianças com dificuldades de aprendizagem), aula de Patins com a equipe Rooller Skate Brasil e turmas abertas para as aulas de: Ballet, Dança de Salão, Dança do Ventre, Violão e Cavaquinho; Na Cidade de Carapicuíba no Polo de Atendimento da SOS Brasil Melhor, temos aulas de musicalização aos sábados de manhã; Na Cidade de Carapicuíba no Polo de Atendimento da Associação Projeto Oficina, temos aulas de musicalização para deficientes às Quartas-feiras à tarde; Na Cidade de Barueri no Polo de Atendimento da Associação CEPAC, temos aulas de musicalização às Terças de manhã e Quintas-feiras à tarde; Na Cidade de Barueri no Polo de Atendimento da Associação Proteger Kids, temos aulas de musicalização às Segundas-feiras de manhã; Na Cidade de Barueri no Polo de Atendimento da Associação Unindo Forças, temos aulas de musicalização às Segundas-feiras de tarde.
Para se inscrever ou implantar o projeto em suas entidades sociais é só entrar em contato com nossa instituição através do e-mail ou WhatsApp para encaminharmos para a localidade ou comparecer pessoalmente no espaço.
Pablo Rodovalho Nemet/ jornal Folha Carapicuibana: Um projeto social servirá não só para descrever os passos necessários para se atingir um objetivo, mas também como ferramenta de mobilização social e captação de recursos a fim de se manter. Quanto à sustentabilidade propriamente dita, a Arte na Lata conta com que tipo de parceria para executar seu trabalho social?
Jotta Ribeiro / Fundador da ONG Arte na Lata: Conforme citado acima, reforço minha escrita fortalecendo a união dos primeiro, segundo e terceiro setor, para que assim possamos alcançar nossas metas de atendimento social e quando não há apoio desses setores, vendemos nossos produtos para suprir nossas dificuldades: CD, DVD, Imãs de Geladeira, Chaveiro, Camisetas, Chinelos, Bonés, Boton, Canecas personalizadas, Squeeze, dentre outros produtos, além das oficinas que oferecemos para instituições cobrando um valor simbólico para que possamos sobreviver. Editais, sempre são bem vindos e quando contemplados podemos oferecer nossas atividades em preocupação, foi assim que ocorreu com as premiações que tivemos pelo Proac de SP, Projeto Movimento Natura e Unesco onde participamos de um livro chamado Dias de Paz. Parcerias com empresas sempre dá certo, pois divulgamos suas marcas e em troca os produtos oferecidos por elas ou até mesmo a parte financeira contribui com a ampliação das nossas atividades.
Pablo Rodovalho Nemet/ jornal Folha Carapicuibana: Quanto à captação de recursos, de que modo as empresas do setor privado poderão efetivamente participar como colaboradores ou parceiros? Existe algum trâmite documental por exigência legal ou basta fazer a doação como pessoas físicas?
Jotta Ribeiro / Fundador da ONG Arte na Lata: Infelizmente nos dias de hoje, devido o Marco Regulatório das OSC, limitou este tipo de financiamento, para a empresa doar e abater no imposto tem que ser através de alguma lei de incentivo como FUNCAD, Proac ICMS, Lei de Incentivo ao Esporte, Lei Roaunet dentre outras. Por este motivo as empresas estão criando seus próprios editais. Temos uma assessoria que desenvolvem esses projetos para nós e ano que vem devido à regulamentação e adequação da instituição estará apta para realizar esses tramites burocráticos do nosso pais para atender a comunidade com mais estrutura e financiamento. Portanto o hoje o que temos são patrocinadores para atividade específica como evento ou ação social esporádica.
Pablo Rodovalho Nemet/ jornal Folha Carapicuibana: Com muita consideração e apreço pelos fins sociais desse trabalho, parabenizo ao Jotta Ribeiro, aos responsáveis pelo Desenvolvimento Institucional e a toda a família da Arte na Lata que, nesta batalha pelos projetos da vida, atuam diretamente no exercício da cidadania, envolvendo as pessoas para além do seu campo de vivência, permitindo a transposição de barreiras e preconceitos em benefício de outrem. Desta forma, contribuímos para que haja maior conscientização do indivíduo diante do papel que desempenha em sociedade, além de despertar o sentimento de solidariedade: as ONGs e movimentos que atuam na filantropia são os atores dessa responsabilidade social! Continuem na batalha, a todo tempo, mantendo essa transparência e transformando vidas. Contem com nosso apoio!!!
Jotta Ribeiro / Fundador da ONG Arte na Lata: Em nome da Família Arte na Lata, estendo os meus agradecimentos e convido todos os leitores para nos visitar, conhecer nosso trabalho de pertinho e contribuir com seus conhecimentos de uma forma direta e indireta. Obrigado Folha Carapicuibana por nos dar a oportunidade de ser inserido neste veículo de comunicação, com esta atitude de vocês mostrou aos leitores que ajudar o próximo é possível mesmo sem estrutura, pois os laços de amizades e um coração aberto pode transformar a vida de uma criança. Por isso utilizamos sempre o nosso lema: BATENDO NA LATA PARA NÃO APANHAR DA VIDA.
Para maiores informações acesse:
Site: WWW.ARTENALATA.ORG.BR
E-mail: equipeartenalata@gmail.com
Telefone: 11 94789-0064
Facebook: Grupo Arte na Lata