Lembranças de minha avó (interpretações de uma infância)

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Edição n° 40

Por Adailton Ferreiira

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A vida que eu pedi a Deus não era esta,

Os carros não tinham essas cores,

A tristeza era só da minha avó.

 

A vida que pedi a Deus não era esta,

A noite quase nunca escurecia

Um sono de sonhos vinha durante o meu sono

(A minha vida não tinha esses muros tamanhos).

 

A vida que pedi a Deus não era esta,

O céu parecia tão perto, sem desertos

Podia se ouvir o ruído de uma agulha no pano

(Havia um silêncio tricotando o tempo nas mãos da minha avó).

 

A vida que pedi a Deus não era esta,

Minha casa não tinha uma aparência de anos,

A minha rua era uma rua sem nome

(Somente minha avó parecia triste, tricotando em silêncio os seus pensamentos).