Instabilidade política e seus reflexos

Edição n°80

Por Dr. João Luiz

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A instabilidade na política causa prejuízos diversos à sociedade, e muitos deles sequer são percebidos pela população. Porém, os efeitos são significativamente nefastos, com reflexos que poderão ser sentidos a curto e médio prazo nos diversos serviços prestados pelo Estado, muitos deles destinados à efetivação de direitos fundamentais, como trabalho, saúde, educação, moradia.

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Não raramente a efetivação desses direitos são viabilizados por meio de políticas públicas, assim entendidos programas governamentais destinados ao atendimento de necessidades e interesses da população. E tais programas são, em regra, elaborados e desenvolvidos conforme a ideologia do partido político que está no exercício do poder. Ocorre que as políticas públicas dependem de entendimentos políticos, muitas vezes vinculados a tratativas interpartidárias e  dotação de recursos, estando tudo na dependência também de disposições normativas específicas.

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Quando a política mergulha numa instabilidade como a da atualidade brasileira as necessidades e interesses da sociedade ficam para segundo plano, e são inevitavelmente prejudicadas. É que na instabilidade os agentes políticos passam a se ocupar dos interesses próprios da política partidária, mais preocupados com a manutenção e com a possibilidade de ampliação dos espaços que cada um ocupa no cenário nacional, proporcionada pelo status quo.

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Não é difícil concluir que isto se torna tanto mais marcante quanto maiores as desigualdades sociais. E na sociedade brasileira a desigualdade não pode ser ignorada. A escassez das oportunidades de trabalho vêm se tornando cada vez mais evidentes, com o desprego ganhando dimensões de difícil superação em curto prazo, agravando a situação daqueles que dependem de um trabalho para garantia de uma vida minimamente digna. Uma redução significativa da carência de empregos fica na dependência de um crescimento significativo da economia, cujas possibilidades reais ainda não aparecem no horizonte próximo.

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Este é um outro lado da crise a contribuir com o aumento das carências sociais, na medida em que a queda do ritmo da atividade econômica leva à redução da arrecadação de recursos públicos indispensáveis à efetivação das políticas públicas. Importa buscar meios de superar a instabilidade mantendo a determinação e nos preparando para fazer escolhas políticas mais conscientes e consistentes. Para tanto, é necessário que cada um mantenha a autoestima e comece a refletir sobre as escolhas a serem feitas em outubro de 2018, elegendo representantes que estejam comprometidos com a superação da crise política e com o crescimento da atividade econômica de que o País tanto necessita.

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