Obesidade infantil é ligada a problemas gastrointestinais

Edição n°74

Por Thiago Oliveira Borges

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A obesidade infantil é um tema que está cada vez mais presente na realidade brasileira. De acordo com o Ministério da Saúde, nos últimos 20 anos, os índices de obesidade infantil no Brasil aumentaram em cinco vezes, atingindo cerca de 10% das crianças brasileiras. Além das já conhecidas complicações causadas pela obesidade infantil, como diabetes, problemas cardiovasculares e aumento dos níveis de colesterol e triglicérides, uma pesquisa feita pelo departamento de Pediatria Gastroenterológica, Hepatologia e Nutrição da Northwestern University, em Chicago, nos Estados Unidos, comprova que a doença também é responsável por problemas gastrointestinais.

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Os pesquisadores analisaram 188 crianças, com idades de 13 a 15 anos, que apresentavam problemas digestivos como dor abdominal funcional, síndrome do intestino irritável e dispepsia funcional. Entre as crianças avaliadas, constatou-se que 20% eram obesas. Durante um ano, foram analisados os fatores como frequência da dor, intensidade da dor, quantas vezes as crianças precisavam faltar à aula por conta desses problemas e a quantidade de atividade física praticada durante o dia.

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Ao final da pesquisa, foi concluído que a obesidade está diretamente relacionada à dores abdominais e a problemas gastrointestinais. O estudo mostra também que crianças obesas têm dores abdominais com mais frequência e maior intensidade, o que as leva a faltar mais as aulas e praticar menos atividades físicas.

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Cuide da alimentação do seu filho

O sedentarismo e as dietas baseadas em alto índice de gordura e com alto valor calórico estão entre as principais causas do aumento do sobrepeso e da obesidade. Para promover hábitos alimentares mais saudáveis, e, consequentemente, diminuir os índices de obesidade, acredita-se que seja importante que as pessoas tenham conhecimentos de alimentação e nutrição. É muito importante que esses hábitos sejam estimulados desde o início da vida. A seguir, a nutricionista Fernanda Borges cita alguns deles. Confira:

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– Orientação alimentar a familiares e demais pessoas responsáveis pelo cuidado da criança.

– Evitar excesso de doces e alimentos de calorias vazias, isto é, alimentos que fornecem calorias, mas não fornecem nutrientes.

-Disciplina no horário das refeições.

– Cuidado com deficiências ou exageros de alimentos.

-Oferecer alimentação em ambiente calmo e apropriado.

– Entender a rejeição inicial aos novos alimentos. Proporcionar novas oportunidades; porém nunca forçar a criança a se alimentar.

– Permitir que a criança explore os alimentos (textura, cheiro e paladar) tocando e sentindo com suas próprias mãos.

– Deixar que ela regule a quantidade e o ritmo com que quer ser alimentada (parar de oferecer o alimento quando ela indicar que está satisfeita).

– Evitar chamar atenção para suas tentativas mal sucedidas (reforço negativo).

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Fontes e referência:

  • Portal Minha Vida
  • Ministério da Saúde
  • Northwestern University