O descrédito dos políticos

Edição n°64

Por Dr. João Luiz

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Já afirmamos neste espaço (11/04/2016) a importância da política e da participação de cada cidadão na eleição daqueles que são responsáveis pelos destinos do nosso País. Afirmamos também ser importante que pessoas honestas ingressem na política porque sem ela não há chance de prosperidade da democracia. Porém, reconhecemos que a imagem que é passada pelos políticos atuais não é nada motivadora para aqueles que pensam em se ocupar dela.

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A imprensa mostra diariamente uma infinidade de atitudes e comportamentos de políticos que usurpam a confiança dos eleitores, com a prática de corrupção e outros crimes. Enquanto isto, continuam tentando “vender” a imagem de inocentes e injustiçados diante de tantas evidências dos seus atos condenáveis. Esses políticos têm de ser expurgados da vida pública, pois fazem uso dos mandatos para enganar a sociedade fazendo uso desonesto de recursos que poderiam estar sendo utilizados para reduzir as desigualdades sociais.

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Chega a causar asco a desfaçatez com que alguns se referem aos seus crimes. As delações têm servido para evidenciar o ilimitado mau-caráter daqueles que se apropriam dos recursos públicos. Em uma delas, levada a público na última semana, o senhor Renato Duque, ex-Diretor da Petrobrás, disse ter constatado em determinado momento que o montante de recursos desviado em seu favor tinha ultrapassado a cifra de dez milhões de dólares, muito além do que poderia gastar até a sua terceira geração. Porém, continuou normalmente com a prática de desvio do dinheiro público.

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São revelações estarrecedoras. Dez milhões de dólares equivalem a aproximadamente 33.617 salários mínimos, ou um ano de trabalho de 2800 pessoas com essa remuneração. E esta é uma das menores cifras das que se houve falar nesta operação chamada Lava Jato. É de imaginar o que seria possível realizar com todo o dinheiro desviado por este bando de corruptos que vêm se aproveitando do dinheiro arrecadado com o pagamento de impostos pelos trabalhadores e pelas empresas em geral. Certamente, seríamos um País com serviços de educação, saúde, segurança e tantos outros, com níveis de excelência apenas acabando com a prática da corrupção.

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Não pretendemos com isto desestimular a participação na política, o que negaria tudo que temos afirmado. Ao contrário, é necessário que tenhamos a consciência de que quanto mais o povo se mostra desinteressado maior a oportunidade dos corruptos se aproveitarem dos mandatos que recebem para desviar recursos que poderiam ser empregados na melhoria de vida da população. É chegada a hora de nos preparar para afastar todos aqueles que vêm traindo a confiança que recebem nas urnas. As eleições do próximo ano representam uma boa oportunidade de mudança. Nunca tivemos tantas evidências da necessidade de renovação na política.

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