Ano de eleição e os cuidados com os golpes de arrecadações em prol das famílias atingidas pela quarentena: caso de mulher que pede cestas básicas na grande São Paulo

Edição maio

 

Por Engª. Fabiana Rodovalho Nemet –– Nº USP 190665

Jornalista – MTB Nº 0086670-SP

 

Há poucos dias, as palavras sábias e notórias de uma amiga nas mídias sociais, grande Procuradora de Justiça do Ministério Público do Estado, me remeteram a certas situações comportamentais que tenho observado em âmbitos distintos, considerando que algumas delas me fizeram descreditar pessoas por mínimas razões, mas suficientes para questionar, analisar e saber que muitas nascem e crescem em determinados meios, se valendo até mesmo do Nome de Deus imbricado como coadjuvante nas mais diversas situações para, na realidade, executar planos políticos como pano de fundo, apregoando com persuasão aquilo que precisa ser desprazido. Por vezes, as pessoas se fazem de despercebidas a fim de saberem até quando aquilo subsistirá…

 

Dentre algumas situações distintas, cito, como exemplo, um caso muito simples, preconizado por uma moça (segundo afirma é ex-atendente da prefeitura de Barueri) que, há alguns dias, enviou ao Whatsapp do jornal e ao meu e-mail da universidade uma série de fotos de cestas básicas e um áudio com uma petição – material que achei necessário manter arquivado. Fazendo as vezes de uma boa samaritana em razão da pandemia de Covid-19; preocupada com a crise sanitária internacional que apresenta grandes riscos para a economia mundial, bem como sob a desculpa convincente de ter participado de determinados cultos religiosos por algumas vezes, a pessoa teve a audácia em mencionar, ainda, que sua alma benevolente reflete em ajudar um “assistente social de uma das prefeituras da região”, arrecadando cestas básicas para “famílias carentes”.

 

Não fosse a artimanha de “conheço de vista e admiro sua família e seus valores”, se valendo do nome de Deus para pedir coisas materiais e de uma prefeitura para garantir fidúcia, mencionando, ainda, o suposto assistente social tão somente a fim de tornar a história crível, pode ser que essa ideia de compaixão para com a nossa própria tragédia humana se passasse por uma ação louvável, ainda que remontada a um caso específico e oportuno de quem constitui uma obrigação de benevolência consigo mesmo. Mas antes o fosse!

 

Não obstante a verossimilhança por conta dos elementos fantásticos, constantes naquela situação, conseguimos confirmar com muita rapidez que aquela pessoa tem o hábito de se debruçar sob o martírio alheio e, sem nenhuma caridade moral, costuma usar de falsos recônditos da alma para auferir seus objetivos – como muitos indivíduos o faz em certos meios.

 

No caso da moça, seu intento é arrecadar doações de mantimentos sob a desculpa de ajudar pessoas que estão passando por necessidades devido ao período em que estamos vivendo, mas, na verdade, os frutos das doações tem fulcro na campanha política de seu pré-candidato.

 

É bem provável que pessoas com essa alta capacidade de afetação consigam se pautar na ideia da caridade e da compaixão; do amor incondicional; dos lugares celestiais e da demagogia (com seu poder de natureza tirânica); dos bons princípios; dos sermões e até de uma falsa moral, cuja compostura ludibria a maioria presente na plateia. Todavia, vez ou outra o sustentáculo dessas pessoas acaba se desequilibrando, momento em que podemos observar a farsa, a ironia, o narcisismo. Ademais, ao contrário da caridade financeira que demonstram ter, o que jamais terão de fato é a comiseração e a piedade sem barganhas: a caridade moral!

 

A equipe de imprensa do jornal Folha Carapicuibana seguirá observando. Nota-se que, em alguns casos, dispensa-se qualquer juízo de valor, quão arquitetada e evidente a coisa se apresenta… De um cinismo descomunal.

 

Esse texto, escrito por mim em tom de alerta ao golpe das falsas doações neste período, foi destinado à comunidade do jornal Folha Carapicuibana nas redes sociais e, devido a gravidade da situação, publicado nesta Edição do periódico. Se alguém desejar comenta-lo ou tiver ciência de situações semelhantes, poderá escrever para: redacao@folhacarapicuibana.com.br .

 

O jornal Folha Carapicuibana mantém sigilo total dos participantes.

 

NOTA:

Faça suas doações diretamente às famílias necessitadas ou às instituições religiosas; aos orfanatos, asilos e às ONGs com trabalhos concisos entre a coletividade. Evite fazê-las a qualquer intermediário que se apresente como  solidário mas sem comprovar envolvimento direto com ações filantrópicas notórias.