Por Fabiana Rodovalho Nemet Nº USP: 10 14 10 70
Só poderá haver renovação se houver o fim da reeleição:
De acordo com os estudos desenvolvidos pelo GEP – Grupo de Estudo e Pesquisa científica do Jornal Folha Carapicuibana, é possível afirmar que a reeleição prejudica terrivelmente o processo de renovação. Partindo de uma análise minuciosa, como pesquisadores e urbanistas, os jornalistas filantropos/fundadores do jornal Folha Carapicuibana, Fabiana Rodovalho Nemet (Nº USP 10141070) e Wandir Coelho Cavalheiro (Nº USP 10141107), ao desenvolverem um de seus artigos na Universidade de São Paulo, consideraram que Fernando Haddad enfrentou e continuará enfrentando grandes dificuldades de se impor como nova liderança, a princípio, pela sombra de Lula; assim como Alckmin – que enfrenta as mesmas dificuldades pela sombra de FHC, além de ter disputado a todo tempo com líderes regionais do partido.
Contudo, é possível afirmar com veemência que o sistema de reeleição é um agravante para a oligarquização e para a concentração em poucas lideranças, impedindo a renovação. Para que haja melhor compreensão dessa temática, é necessário abordar uma série de pressupostos, esclarecendo e dirimindo muitas questões, porém, é plausível versar, de maneira sucinta, sobre alguns pontos da pesquisa.
O cidadão pode pressupor, por exemplo, uma situação em que alguém recebe proteção em troca do apoio político, reeditando uma relação análoga àquela entre suserano e vassalo do Sistema Feudal. Deste mesmo processo decorre o sistema político brasileiro, se valendo desta mesma metodologia. Em uma sistemática que retrata inúmeros incentivos ao clientelismo – como subsistema de relação política, a proposta de reeleição é praticamente a regra do jogo!
Segundo essa lógica, governadores e prefeitos nas grandes cidades conseguem se reeleger, fato este que que agrava o processo. Ora, se ao longo do mandato o presidente faz concessões para o alcance do pleito – a tão calculada reeleição -, é evidente que o grau de concessões clientelistas seja infinitamente superior ao que havia no primeiro mandato.
Entretanto, em prol da renovação, o povo brasileiro se sente compelido a cobrar, neste novo mandato presidencial, a substância do que fora proposto face a qualquer frase de efeito: Jair Bolsonaro prometeu o fim da reeleição. Ao contrário daquilo que muitos cidadãos imaginam, o espectro disto tem fundamento lógico em diversas variáveis!
A maioria dos brasileiros já ouviu falar das coligações partidárias, mas desconhece o efeito desta união na prática. O governo de coligação diz respeito a um gabinete de um governo sustentado por vários partidos políticos, os quais cooperam minimizando o domínio de qualquer uma das partes dentro desta coligação propriamente dita. Em outras palavras, há um pacto de ideias consensuais entre esses partidos para governar o país. De modo geral, isso ocorre quando nenhum partido político alcança maioria no parlamento, o que força uma aliança política – que é a chamada coligação ou coalizão. Infelizmente, há um sistema viciado, visto que as coligações eleitorais são difundidas, do ponto de vista analítico, como verdadeiros reflexos de um ciclo vicioso de corrupção na política brasileira.
Pois bem, neste ano que se finda o Brasil vivenciou, em meio a grande crise do sistema partidário, uma eleição muito peculiar, somada ao esgotamento das lideranças partidárias. Há uma fragmentação partidária evidente e uma crise econômica de cunho muito grave. A propósito, embora as velhas estruturas se dissolvam, suas raízes estão bem profundas e espalhadas, gerando novos galhos, advindos, por exemplo, do MDB e do DEM – partidos estes que disputaram como legendas independentes.
Além de enfrentar grande concentração em extremos opostos; desta polarização na política e na sociedade, o grande desafio do novo presidente é, ante qualquer coisa, promover realinhamento e renovação partidária. Todavia, diante do exposto – e de outras razões, é fato que Bolsonaro encontrará enormes dificuldades para cumprir sua missão, tendo em vista que os partidos políticos são totalmente oligárquicos, pois essa concentração de poder se dá “graças a forma” em que os recursos foram distribuídos. Infelizmente, há um enorme gargalo, cuja abertura estreita impede que haja renovação de lideranças, bem como da propositura de novos caminhos.
Nesse sentido, o jornal Folha Carapicuibana, por não seguir a lógica da tradição do Estado, mas considerando o pluralismo; desenvolvendo projetos contínuos e buscando ferramentas para um exercício mais consciente da cidadania, espera, do presidente eleito, muito êxito e equilíbrio ao governar o Brasil. Que Jair Bolsonaro honre a sua pátria e cumpra a missão que lhe fora confiada de forma intrínseca, buscando o desenvolvimento econômico sustentável com equidade social, demolindo, mais precisamente, todas as barreiras sociais, culturais, econômicas e políticas que impliquem em qualquer forma de exclusão ou desigualdade. Diante do novo, isto é o mínimo que a nação espera!
Feliz 2019, Brasil!