Edição n° 83
A ativista Luisa Mell participou de uma operação de resgaste nesta sexta-feira (29) junto a Polícia Civil, Centro de Controle de Zoonoses e Vigilância Sanitária. Ao todo foram resgatados 135 cães que eram vítimas de maus-tratos em um imóvel de alto padrão no bairro do Jardim Adalgisa em Osasco.
De acordo com a delegada titular da DIICMA, Cristiane Pires, foram encontrados cachorros das raças york shire, ilhasa apso, golden retriever, shitzu, pug e poodle. Além dos 135 cães que se encontravam em péssimas condições foram encontrados outros noves mortos no lixo da residência.
“Recebemos a denúncia por meio da ONG da Luisa Mell e montamos a equipe para realizar o resgate. Eles nos encaminharam fotos e vídeos e contatamos a Zoonose de Osasco e a própria ONG para que pudessem levar os animais resgatados. Quando chegamos ao local, constatamos os maus-tratos. Era insalubre e deplorável. Os cães estavam molhados com a própria urina, estavam desnutridos, alguns em acesso venoso. Encontramos nove deles mortos em sacos plásticos no lixo. O local era horrível. A casa era grande e boa, mas estava tudo sujo e muitos animais machucados”. Disse a delegada.
“Foi terrível, um filme de terror. Um dos piores casos que a gente já viu e olha que já vimos muitos casos tristes. Cada quarto que entrávamos era um novo pesadelo. Não temos nem ideia de todos os problemas que eles têm. Muitos estavam com o maxilar quebrado, um com olho perfurado por causa das agressões, os pelos embolados com fezes…São animais que sofreram violência de todos os tipos. É uma dor horrorosa. Pessoalmente era muito pior que nos vídeos. As matrizes estavam muito sofridas. Eles eram espancados diariamente, tinham marcas de tortura. Muito cruel”. Ativista Luisa Mell.
No vídeo publicado pela ativista, com cenas muitos fortes de maus tratos, tinha cachorro com maxilar quebrado, olhos furados e muitos estavam com os pelos totalmente embolados e sujos. Uma cadela se arrasta com dificuldade para se locomover, pois, o animal de 40 cm de comprimento estava envolvido por cerca 10 cm de pelos embolsados em meio à urina e fezes.
Segundo a delegada Cristiane, além do alvará de funcionamento do canil também tinha selos de certificação de qualidade. Havia carteiras de vacinação com assinaturas de veterinários, entretanto, elas não tinham adesivo e nem datas, possibilitando a marcação de qualquer filhote no momento da venda.
“Vamos instalar o inquérito policial para investigar o que acontecia naquela casa. Em depoimento, ela afirmou que não maltratava os cachorros, disse que limpava o local duas vezes por dia e confessou que já havia comercializado filhotes. Ela nega veementemente os maus-tratos. Nos pareceu uma acumuladora. Ela foi ouvida e liberada. A princípio ela poderá responder por maus-tratos apenas. Mas, no decorrer da investigação, outros crimes podem entrar no processo. Para nós, fica uma sensação de impotência. Dentro da lei somos limitados ainda” . Lamentou a delegada.
Os animais mais velhos eram explorados até a morte e os filhotes eram vendidos. Veja o vídeo:
Atenção esse vídeo contém cenas fortes e não é indicado para todos os públicos