Edição n° 80
Por Fabiana Rodovalho Nemet Nº USP: 10 14 10 70
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Na atual política os ilustres formadores de opiniões – aqueles que cercam os prefeitos e agem em sociedade como verdadeiros tiranos, por exemplo -, seguem, cada vez mais, representando uma alcateia irônica, reunida para os mesmos fins: servir seu rei, enganar a população e enriquecer a qualquer custo. Para ilustrar a situação de forma simplificada, os mais nerds conhecem bem a história de Saga de Gêmeos, um dos Cavaleiros do Zodíaco que representa esta realidade.
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Saga tinha um dom e uma maldição: metade do seu coração era puro, sacro, bondoso e, a outra, pura malignidade, truculência e vingança. Ambas as partes não se misturavam, uma vez que o extremo habitava em saga; tomava conta de sua alma de maneira que ele não conseguia enxergar. Ora um santo, um profeta. Ora um opressor, um bandido. Entretanto, um lado anulava o outro, não existia meio termo: quando um lado assumia o outro deixava de existir!
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Ele é visto como um grande estrategista por ter conseguido – embora de maneira injusta – se colocar no controle do Santuário por muitos anos. Saga é descrito por outros personagens como alguém cuja bondade é análoga a de um anjo, mas com a escuridão de um demônio. “Façam o que eu falo, mas não façam o que eu faço: deixem tudo para mim”. É fato que os inúmeros “Sagas” que existem no meio político carregam consigo um egoísmo, seguido dessa tendência bipolar. Vale lembrar que tal ambivalência deu vida a uma dupla personalidade: um Saga bondoso e muito leal a Atena – a deusa e poderosa chefona – e um Saga nefasto e malvado que teve controle do corpo e da mente por muito tempo; que matou o grande mestre anterior a fim de tomar seu lugar.
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Em outras palavras, Saga conseguiu, em nome de uma força superior, encurvar a mente do “seu prefeito” (Atena). Assim mostrou a sua “chefe” que poderia encurvar a mente de qualquer um; corrompendo qualquer linha de raciocínio; empenando qualquer pensamento, quão inteligente, dinâmico e astuto era.
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Foi desta forma que Saga dominou os mais nobres e fortes cavaleiros, se valendo sempre de seu posto para manipular as ordens.
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Atualmente, Saga adentra um estabelecimento comercial a fim de contratar um determinado serviço e, para que suas expectativas não sejam defraudadas, lança aquela frase clássica e covarde, ao mesmo tempo em que se empenha na própria resposta: “você sabe com quem está falando? Não, você não sabe quem sou; você nem imagina quem sou eu”. Surpreendentemente, alguém diz: “sim, eu bem sei quem é o senhor: o senhor do santuário; o Saga do Cavaleiro do Zodíaco”.
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São estes os Sagas das “carteiradas”, os cavaleiros que, se pudessem, “roeriam a roupa do rei” – ou roubariam a capa de José, dependendo do contexto. Mas como precisam que essas vestes estejam intactas a fim de garantir subsistência própria e familiar, desempenham o papel sacro e o papel demoníaco, em suma, qualquer papel que se fizer necessário para continuar sentado a mesa do rei… de forma astuta, inteligível e dinâmica. O maior “sete um” de todos os tempos!
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Observação
Qualquer semelhança não é mera coincidência. Por outro lado, caso paire alguma dúvida, é simples: assistam “Cavaleiros dos Zodíacos” e tirem suas próprias conclusões.
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