O mal do desemprego

Edição n°60

Por Dr. João Luiz

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O trabalho constitui o meio pelo qual as pessoas comuns garantem o sustento próprio e de suas famílias. Durante parte da história da Grécia antiga o trabalho como atividade física classificava aqueles que dele dependiam como escravos, pois a atividade nobre era a contemplação, e dela somente poderiam se ocupar os que tinham certa independência econômica. O pensamento cristão contribuiu para que o trabalho ganhasse o significado de atividade nobre, vinculado-o à dignidade humana. Esse vínculo entre trabalho e dignidade humana passou a incorporar o senso comum, tornando símbolo de honradez a atividade que antes desqualificava.

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 De fato, o trabalho como atividade garantidora de condições dignas de vida passou a merecer amplo reconhecimento, como o que se encontra refletido nas palavras do papa Leão XIII, em sua encíclica Rerum Novarum, de 1891, quando afirma que “o trabalho é o meio universal de prover às necessidades da vida”. A dependência de um trabalho é de maior relevância para aqueles que não têm outros meios de conseguir o mínimo necessário para a garantia de uma vida digna.

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Estamos acostumados à exaltação do trabalho, que nos chega das mais diversas formas, desde a Bíblia Sagrada, onde se encontram várias citações neste sentido, como por exemplo, em Provérbios 12:11 “Quem cultiva sua terra será saciado de pão; quem procura as futilidades é um insensato”. Está claro aí a exaltação daquele que trabalha e o desencorajamento à desocupação. Também o cancioneiro popular se ocupa dessa valorização, como quando Gonzaguinha diz em seus versos: “Um homem se humilha, Se castram seu sonho, Seu sonho é sua vida, E vida é trabalho…, E sem o seu trabalho, O homem não tem honra, E sem a sua honra, Se morre, se mata…, Não dá prá ser feliz…”

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Isto nos leva a pensar na infelicidade daqueles que vivem o desespero de procurar e não encontrar um trabalho que lhes possibilite garantir seu sustento. Não é algo fácil de imaginar para quem não depende dessa única fonte de renda. Dados estatísticos dão conta de que atualmente existem mais de doze milhões de brasileiros que estão à procura e não encontram um trabalho. É, portanto, urgente que se promova o reaquecimento da economia nacional para que sejam amenizadas as consequências deste flagelo que é o desemprego.

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