Edição n°58
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Nos últimos dias o Brasil vem enfrentando um problema que poderá gerar sérias consequências, não somente do ponto de vista da economia interna, mas também em relação à receita com exportação. Depois de muita luta o País conquistou posição de grande importância no mercado mundial de consumo de proteína animal, se posicionando entre os líderes em exportação de carne bovina, embora tenha participação significativa também na produção de outros animais destinados ao consumo humano. Para tanto, o Brasil soube tirar proveito dos recursos naturais de que dispõe. Mas bastou a divulgação imprudente sobre fatos criminosos isolados sob investigação em alguns frigoríficos, dando conotação de situação generalizada da indústria pecuária, para ocasionar abalos que já se vão percebendo nas receitas internacionais e que poderão ocasionar também o desemprego de milhares de trabalhadores.
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A proteína animal é de extrema importância para o mundo, embora não signifique uma questão de sobrevivência para a humanidade. Na verdade, o ser humano pode sobreviver, melhor dizendo, pode viver perfeitamente sem o consumo de qualquer alimento de origem animal. O homem não é o único animal onívoro (que se alimenta tanto de fonte de origem animal quanto de vegetal). Porém, por ser o único animal dotado da razão, desenvolveu a capacidade de fazer com que os animais que lhe servem como fonte de alimentos sejam transformados em produto industrial. Como há grande demanda mundial por alimentos, é “natural” que essa indústria tenha ganhado a importância que ostenta na atualidade.
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A habilidade do homem de se servir da ciência para interferir na Natureza o levou ao extremo de industrializar a vida animal, além de já ter desenvolvido a capacidade de interferir grandemente na reprodução humana. Será que a ciência caminhará sempre a serviço do homem? Parece que seguimos em um caminho sem volta. Porém não é o que pensam os vegetarianos ou mais radicalmente os veganos, ao menos no que diz respeito à industrialização de animais. As pessoas que adotam essas formas de vida propugnam pela substituição total dos alimentos de origem animal por alimentos vegetais, o que não é reprovável se se considerar que a produção em massa e a industrialização de animais para abate afasta qualquer consideração com a vida ou sofrimento dos mesmos. Argumentam também que no longo prazo a produção de carne para consumo humano terá severos e irreversíveis reflexos negativos para o meio ambiente. A questão é saber se haverá o dia em que a ciência, que tanto bem já proporcionou à humanidade, conhecerá suas fronteiras aportando em algum limite seguro.
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