Folha Carapicuibana recebe vídeo de produção criminosa de salsicha: cavalo sendo triturado em local precário junto com outros animais (atenção: cenas fortes)

Edição n° 57

Por Fabiana Rodovalho Nemet Nº USP: 10 14 10 70 

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O jornal Folha Carapicuibana recebeu uma denúncia anônima contendo um vídeo, o qual retrata produções criminosas de salsicha. Por ora não se sabe de onde é a produção e para quem a mesma se destina, porém, sabe-se que o vídeo foi feito por um dos empregados do local que, por receios de represaria, preferiu denunciar o abatedouro por meio de imagens explícitas, ato que, por si só, demonstra a veracidade dos fatos e garante seu anonimato.  Nas imagens é possível notar um local bem fechado, precário e sujo. Assim como os demais animais, o cavalo é jogado até mesmo com a crina; nem sequer é retirado suas vísceras, posto que no aparelho digestivo do animal contém excrementos.  Observe que tudo é triturado de forma absurda e em um local sem o mínimo de higiene.

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Nos dizeres do deputado federal Ricardo Izar (PSD-SP), autor do projeto de Lei que veta o abate de equinos e equídeos (cavalo, pónei, asno e burro), mulas, jumentos e animais derivados, “atualmente há no país três abatedouros legalizados. O ‘abatedouro Prosperidad’, por exemplo, localizado no interior de Minas Gerais, de propriedade de um grupo de uruguaios, reaberto em junho de 2013, com uma meta de processar cerca de 1 mil cavalos/burros por dia. Não é possível continuarmos a contemplar essa situação com o silêncio e a omissão. Destaco que os equinos e equídeos para lá encaminhados, são vítimas do abandono e de exploração, uma vez considerados inúteis para as finalidades que lhes eram anteriormente impostas”.

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Embora no Brasil haja os três referidos abatedouros legalizados, os maiores compradores da carne de cavalo brasileiro são a França, Itália e Bélgica, posto que o Brasil é um dos maiores exportadores desse tipo de carne no mundo. Segundo o agrônomo Roberto Arruda, professor da “Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz”, da Universidade de São Paulo (USP), a comercialização do produto não é proibida no Brasil. Mas o fato questionável, partindo da própria denúncia recebida pelo jornal Folha Carapicuibana, está na embalagem das salsichas, uma vez que nenhum produto nacional – entre salsichas, salame ou mortadela – aponta, em seu rótulo, o uso da carne de cavalo.

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Em relação a esta prática no Brasil, ainda que inexista tal proibitiva por Lei, há um repúdio muito grande por parte dos brasileiros, razão pela qual as eventuais empresas – fabricantes dos referidos produtos – encontrariam enormes dificuldades na comercialização dos mesmos.

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Ainda, de acordo com o deputado, nenhum matadouro com esses fins deveria existir no Brasil, tendo em vista que a realização de um negócio empresarial desta natureza, se valendo do descarte de animais abandonados, é repugnante e constrange toda a sociedade, além da participação de grupos estrangeiros neste negócio, isto é, em pleno solo brasileiro.

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Leia o projeto de Lei do deputado, escrito no ano de 2013:

http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/prop_mostrarintegra?codteor=1109033

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Atenção: as imagens a seguir são consideradas fortes, pois contém cenas de mutilação em face de animais: