Edição n° 49
Não há sombra de dúvidas de que o Brasil é um país muito caro de se viver, inclusive, vale ressaltar que na “lista de motivos que os americanos odiaram o Brasil” há enfoque em um ponto muito relevante: pagamos cerca de 2 a 3 vezes a mais nos mesmos produtos vendidos no exterior. Os preços altos estão em todos os setores, desde uma compra no supermercado à compra do carro ou da casa dos sonhos. Ademais, nossos carros são tratados em muitos países de primeiro mundo como “as carroças mais caras do mundo”, pois, segundo esses países, é incrível ver carros que se encontram ‘caindo aos pedaços’ sendo comercializados como seminovos no Brasil.
Ao procurar uma resposta relacionada aos motivos que isto ocorre, muitas pessoas, com o objetivo de simplificar, irão dizer que o país tem os impostos relativamente altos. É claro que este um dos motivos, entretanto, ao observar o mercado automobilístico que, de tempos em tempos, se encontra em crise, é possível notar um fenômeno interessante. Mas, antes disto, é necessário entender a logica das montadoras de carros. Existem 02 motivos básicos que levam uma montadora para um país: o primeiro deles é a mão de obra e os impostos baixos (este não é o caso do Brasil) e, o segundo, o grande mercado em potencial.
Já sabendo o que as marcas procuram aqui no Brasil, irei citar uma pequena lista, publicada no ano de 2012“ pela revista Exame, referente aos 10 países que mais atraem montadoras de veículos”:
- China: 102 fábricas e montadoras
- Estados Unidos: 55 fábricas e montadoras
- Índia: 44 fábricas e montadoras
- Japão: 43 fábricas e montadoras
- Brasil: 35 fábricas e montadoras
- Rússia: 26 fábricas e montadoras
- Alemanha: 24 fábricas e montadoras
- Tailândia: 17 fábricas e montadoras
- Reino Unido: 17 fábricas e montadoras
- França, Irã, Coreia e México: 15 fábricas e montadoras (cada)
Ao analisar esta lista, podemos dividi-la nas duas classes vistas anteriormente, isto é, na categoria de mão de obra barato fica 1° lugar a China e em 2° lugar a Índia. Já na categoria de compradores, temos em 1° lugar os Estados Unidos e, em 2°, o Brasil. Observem que o nosso país, a propósito, tem um mercado muito atraente, basta verificarmos as últimas montadoras construídas aqui, tais como a BMW em 2014 e a Mercebes-Benz em 2016.
Para as marcas de carros é, sem dúvida alguma, um grande negócio vender no Brasil, mesmo com os impostos altos – que, aliás, o nosso governo abate muito deles nos momentos em que as montadoras estão em crise. Há uma troca de interesses muito grandes. Compare alguns exemplos de preços:
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Os preços não se restringem apenas a indústria automobilística, como se pode ver na foto a seguir, a qual trás um ovo de pascoa de uma marca nacional, sendo vendida nos Estados Unidos por R$ 6,40, enquanto, aqui no Brasil, o mesmo produto é vendido por R$ 30.
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O mercado imobiliário também é muito cruel com a realidade dos brasileiros: comparado a outros países, é praticamente impossível ter uma casa com a remuneração de um assalariado. Na próxima foto, vemos duas casas com o mesmo valor. A casa da foto ao lado esquerdo é em Memphis, nos Estados unidos, onde um cidadão tem que trabalhar 2 anos para adquiri-la. Na foto do lado direito há uma casa em Osasco-SP, onde o cidadão tem que trabalhar 12 anos para compra-la. O mais intrigante é o preço, posto que a casa Americana custa US$ 89 mil ou R$ 285 mil e, a casa no Brasil, localizada na grande São Paulo, é ainda mais cara, custando R$ 320 mil.
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Ainda, no segmento imobiliário, compararemos dois casarões de época: o primeiro fica em São Paulo, construído em 1930 e custa, atualmente, R$ 4,5 milhões. O segundo, localizado em Chicago, foi construído em 1900 e custa US$ por volta de R$ 3,2 milhões.
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A lista é muito extensa, mas a campeã, na categoria, são os eletrônicos! O Brasil tem os computadores, TVs, celulares, câmeras de fotografias etc. mais caros do mundo e isso não quer dizer que aqui existem os melhores, pelo contrário. Sabe-se que o mesmo produto é muito mais caro! A titulo de exemplo, o Iphone mais caro do mundo é o brasileiro; o vídeo game Playstation 4 também é o mais caro.
Se consumir eletrônicos é uma tarefa difícil, se torna quase impossível trabalhar com tecnologia no Brasil – e diversos segmentos – por se tornar muito oneroso.