Edição n° 47
O saldo de arrecadação da Previdência Social está no vermelho em, exatamente, 5.510 municípios do País. Em outras palavras, as despesas estão superando a arrecadação. Apenas 60 municípios estão com suas contas estáveis.
A região do ABC Paulista, conhecido como “o berço do sindicalismo e de movimentos trabalhistas”, é o local que se encontra em pior situação. Por ora, o município de Santo André está liderando o ranking do déficit da previdência: os gastos superam a receita em R$ 1,773 bilhão, seguida de sua vizinha ,São Bernardo do Campo, em 1,459 bilhão.
A situação sobre as contas da Previdência no âmbito municipal tem sido maior em regiões metropolitanas. Como exemplo, o déficit em 2015 era liderado pelos municípios de Santo André e São Bernardo (São Paulo); Duque de Caxias, São Gonçalo, Niterói e Nova Iguaçu (Rio de Janeiro). “São municípios com histórico industrial muito forte e que tiveram redução desse parque”, diz o diretor do Departamento do Regime Geral de Previdência Social, Emanuel Dantas.
No inicio da década de 1980, as fábricas começaram a se deslocar para o interior. Já no inicio dos anos 90, muitas migraram para o exterior – em particular para a China em busca de mão de obra mais barata.
A título de exemplo, Santo André já foi o segundo munícipio paulista com mais empregos industriais, perdendo apenas para capital paulista na década de 1970 a 1980. Já em 2015, a cidade ocupava o 13° lugar do ranking do emprego industrial do Estado de São Paulo.
O grande desafio para a maioria dessas cidades que gozavam do glorioso período da industrialização é esperar que não ocorra um retrocesso. As industrias procuram mão de obra cada vez mais barata e qualificada. Para piorar ainda mais a situação desses municípios, muitos dos trabalhadores da década de 70 já estão aposentados, logo, os gastos sobem e as contas não fecham.