Depressão: um distúrbio?

Edição n°45

Por Thiago Oliveira Borges

 

Sim, depressão é um distúrbio afetivo que pode afetar o humor, causando tristeza e baixa autoestima, sintomas que aparecem com frequência e podem se combinar.

A depressão é, na realidade, uma ampla família de doenças, por isso denominada Síndrome. Há uma série de evidências que mostram alterações químicas no cérebro do indivíduo deprimido, principalmente com relação aos neurotransmissores (serotonina, noradrenalina e, em menor proporção, dopamina), substâncias que transmitem impulsos nervosos entre as células. Outros processos que ocorrem dentro das células nervosas também estão envolvidos.

Ao contrário do que normalmente se pensa, os fatores psicológicos e sociais, muitas vezes, são consequências e não causa da depressão. Vale ressaltar que o estresse pode precipitar a depressão em pessoas com predisposição, que provavelmente é genética. A prevalência (número de casos numa população) da depressão é estimada em 19%, o que significa que aproximadamente uma em cada cinco pessoas no mundo apresenta o problema em algum momento da vida.

Sintomas:

Os sintomas são: humor depressivo ou irritabilidade, ansiedade e angústia; desânimo, cansaço fácil, necessidade de maior esforço para fazer as coisas; diminuição ou incapacidade de sentir alegria e prazer em atividades anteriormente consideradas agradáveis; desinteresse, falta de motivação e apatia; falta de vontade e indecisão; sentimentos de medo, insegurança, desesperança, desespero, desamparo e vazio; pessimismo, ideias frequentes e desproporcionais de culpa, baixa autoestima, sensação de falta de sentido na vida, inutilidade, ruína, fracasso, doença ou morte; a pessoa pode desejar morrer, planejar uma forma de morrer ou tentar suicídio; interpretação distorcida e negativa da realidade: tudo é visto sob a ótica depressiva, um tom “cinzento” para si, os outros e o seu mundo; dificuldade de concentração, raciocínio mais lento e esquecimento; diminuição do desempenho sexual (pode até manter atividade sexual, mas sem a conotação prazerosa habitual) e da libido; perda ou aumento do apetite e do peso; insônia (dificuldade de conciliar o sono, múltiplos despertares ou sensação de sono muito superficial), despertar matinal precoce (geralmente duas horas antes do horário habitual) ou, menos frequentemente, aumento do sono (dorme demais e mesmo assim fica com sono a maior parte do tempo); dores e outros sintomas físicos não justificados por problemas médicos, como dores de barriga, má digestão, azia, diarreia, constipação, flatulência, tensão na nuca e nos ombros, dor de cabeça ou no corpo, sensação de corpo pesado ou de pressão no peito, entre outros.

Depressão tem cura

É bom frisar que somente um médico poderá diagnosticar corretamente um paciente com depressão e, assim, definir a forma de tratamento para cada portador da doença. Depressão tem cura, no entanto, a pessoa deverá procurar um médico o mais rápido possível!