Edição n° 39
Investigadores, advogados e profissionais com acesso às negociações relacionadas à Odebrecht avalia que a delação premiada de executivos da empreiteira está em fase de conclusão com a Procuradoria-Geral da República (PGR) e irá aumentar notadamente o volume de trabalho da Operação Lava Jato. Há uma estimativa muito forte de que o número de inquéritos, agentes e empresas sob suspeita, além de valores desviados, mais que triplique em relação aos apresentados até o momento.
Computa-se 02 anos e 08 meses de investigações da força-tarefa e, durante esse período, foram 250 denunciados em 54 ações penais, entre os quais, 82 já foram condenados a mais de mil anos de prisão, além da identificação de R$ 6,4 bilhões de propinas, oriundas do esquema de formação de cartel, desvios e corrupção na Petrobras.
De acordo com a avaliação de profissionais com acesso direto às negociações, obras de aeroportos, rodovias, metrôs, usinas de energia, estádios da Copa, contratos nos setores petroquímicos, de saneamento, de defesa, negócios com fundos de pensão e operações com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) darão nova dimensão ao escândalo da Petrobrás.
Contratos da Petrobras em áreas que ainda não foram alvo ou não tiveram aprofundamento nas investigações, como exemplo, os contratos de exploração e produção de petróleo e de gás natural, devem permanecer nos inquéritos de Curitiba, sob a guarda do juiz federal Sérgio Moro. Esses contratos serão minuciosamente investigados, pois já são todos negócios citados nas tratativas da delação da Odebrecht.
Informações na íntegra revelam que a delação advinda da maior empreiteira do país revelará a atuação misteriosa de empresas, políticos, partidos e agentes públicos em esquemas fortíssimos de corrupção e lavagem de dinheiro em negócios com o governo federal, por ora, ainda desconhecidos pela Justiça.
