O “Mal de Chagas”

Edição n°32

Por Thiago Oliveira Borges

A Doença de Chagas já matou muitas pessoas. Na América Latina há entre 5 e 6 milhões de pessoas infectadas e, estima-se, que cerca de mil pessoas morrem na região. Mas mesmo sendo uma doença que mata, não existe a conscientização de como evitar essa enfermidade.

Doença de Chagas é uma inflamação causada por um parasita encontrado nas fezes de insetos. É bastante comum em países da América do Sul, América central e no México. Apesar disso, alguns casos foram identificados no Estados Unidos.

A Doença de Chagas também é conhecida como tripanossomíase americana e chaguismo. A enfermidade recebeu este nome graças ao seu descobridor, o médico brasileiro Carlos Chagas – indicado quatro vezes ao Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia.

No Brasil, cerca de três milhões de pessoas estão infectadas com a Doença de Chagas. A boa notícia é que esse número corresponde somente a pessoas que foram infectadas no passado e que continuam com o tratamento da doença. Em 2006, o Brasil recebeu o certificado internacional de interrupção da transmissão da doença. Isso se deu graças a ações sistematizadas e bem-sucedidas de controle químico instituídas a partir de 1975, época em que a área endêmica da Doença de Chagas cobria 18 Estados nacionais e mais de 2.200 municípios. Hoje, a transmissão da doença não se dá mais por meio do contato direto do parasita, mas principalmente pelo contato indireto – por meio da ingestão de alimentos contaminados com fezes do parasita ou com o inseto que contenha este parasita, por exemplo.

A Doença de Chagas é transmitida pelo Trypanosoma cruzi, um parasita da mesma família do tripanosoma africano, responsável pela doenças do sono. O parasita é encontrado nas fezes de alguns insetos, principalmente um conhecido como barbeiro, e é um dos maiores problemas de saúde na América do Sul, América Central e também do México. Devido à imigração, atualmente a doença também afeta pessoas em outros continentes.. É possível contaminar-se também com a doença a partir da ingestão de alimentos crus e contaminados com fezes do parasita, da transfusão de sangue ou transplantes de órgãos contaminados com a doença, do contato direto com o parasita e com outros animais que estejam infectados. A Doença de Chagas também pode ser congênita, no caso de mães infectadas que transmitem esse mal para o filho durante a gravidez.

Os fatores de risco para a doença de Chagas são: morar em cabana onde insetos transmissores vivam nas paredes. Morar na América do sul, América central ou no México. Receber transfusões sanguíneas ou transplante de órgãos. Viver sobre condições extremas de pobreza. Viajar para o Norte do Brasil.

Os sintomas são: febre; mal estar; inchaço de um olho; inchaço e vermelhidão no local da picada do inseto; fadiga; irritação sobre a pele; dores no corpo; dor de cabeça; náusea; diarreia; vómito; surgimento de nódulos; aumento do tamanho do fígado e do baço etc.

Os sintomas podem desaparecer com o tempo, mas se não desaparecerem e não forem tratados, a doença pode evoluir para sua frase crônica, o que ocorre somente após a fase de remição. O principal objetivo do tratamento da Doença de Chagas é matar o parasita causador, reduzir e aliviar os sintomas.

Se aparecerem os sintomas característicos da doença, tanto a fase aguda quanto a crônica necessitarão de tratamento.

Para a fase aguda, alguns medicamentos devidamente prescritos pelo médico podem ajudar. O mesmo não ocorre quando a doença já evoluiu para a fase crônica, em que remédios não bastam para o tratamento, mas podem ser usados por pessoas abaixo dos 50 anos para impedir que a doença progrida.

Outros tratamentos poderão se fazer necessários, dependendo dos sintomas apresentados pelo paciente, como problemas cardiovasculares ou digestivos.

O médico deve dar a devida orientação para cada caso específico.