Imóveis novos e a retração de 60% em SP: o cidadão está ciente do que de fato ocorre no Brasil? Folha Carapicuibana realiza pesquisa qualitativa com entrevistas nas Avenidas Paulista e Ipiranga

Edição n° 31

Por Wandir Coelho Cavalheiro

De acordo com o sindicato da habitação (Secovi), houve uma queda de 60,5 % nas vendas de imóveis em São Paulo de junho para julho, período em que foram vendidos apenas 828 unidades.
No mês de julho deste ano foram lançados 1.099 unidades em São Paulo que, comparado ao mesmo mês de 2015, ocorreu encolhimento de 33,2%. No período de janeiro a julho deste ano foram construídas 6.830 residenciais, apontando uma queda de 37,1% em relação à 2015, segundo a Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp).
Para o sindicato da habitação (Secovi), o mercado ainda está focado em construção de imóveis de até R$ 500 mil, e a redução das vendas não é uma surpresa devido as férias escolares que, por sua vez, contribui com a redução de visitas nos locais de venda de novas residências. Entretanto, a expectativa é que o mercado tenda a melhorar no segundo semestre.

“A perspectiva de adoção de medidas que estimulem o setor e, consequentemente, possam desencadear o processo de crescimento econômico, também nos leva a crer que haverá um ambiente mais favorável aos negócios e aos investimentos”, afirma o presidente do Secovi-SP, Flavio Amary, por meio de nota, ressaltando, porém, que a redução na taxa de juros (hoje em 14,25%) é fundamental para retomar a produção e a venda de imóveis.

Folha Carapicuibana entrevista 100 pessoas nas Avenidas Paulista e Ipiranga e constata o perigo da falta de instrução diretamente ligada à alienação política

Infelizmente, o Brasil passa por uma crise terrível e só não enxerga quem não analisa os mais diversos setores, como o próprio setor imobiliário. Contudo, há alguns fatores que implicam neste processo de conhecimento quanto à real situação que o país vem enfrentando e não há mera coincidência: o jornal Folha Carapicuibana constatou por meio de “pesquisa de abordagem qualitativa” que, a incapacidade de se orientar politicamente, conforme seus próprios interesses, na maioria dos casos está diretamente ligada ao baixo grau de instrução ou escolaridade do cidadão.
A Folha Carapicuibana realizou um trabalho na Av. Paulista e na Av. [piranga, ambos em horário comercial, constatando que, de acordo com as 100 pessoas entrevistadas, 100% daquelas que possuem nível de escolaridade acima do ensino médio completo tem maior clareza em relação ao que está ocorrendo no cenário brasileiro, enquanto 45% das pessoas entrevistadas cuja escolaridade está abaixo do ensino médio (médio incompleto, fundamental ou analfabeto), não tem a mínima noção do déficit crescente que tem sofrido o país, imputando a responsabilidade, de forma genérica, em todos os governantes brasileiros, mas sem entender do funcionamento da máquina estatal e dos acontecimentos detalhados, os quais marcaram a crise que o país enfrenta.
A situação é comovente, posto que estes últimos entrevistados sequer entendiam que o desajuste nas contas públicas prejudica os mais pobres, pois, segundo Heron do Carmo, professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP), -uma economia estagnada apresenta um custo social crescente, com o aumento do desalento”, que é a situação em que o desempregado desiste de procurar emprego.
Entre as pessoas entrevistadas com nível de escolaridade acima do ensino médio completo, 35 % está desempregada, onde 30% perderam seus empregos nos últimos 12 meses. Entre os entrevistados com nível de escolaridade abaixo do ensino médio, 60% perderam seus empregos neste último período.
Atenção: as opiniões pontuadas a seguir refletem, na mesma linha de raciocínio, a resposta crítica das 100 pessoas entrevistadas, no limite da percentagem citada acima, referente a cada grupo.