HISTÓRIAS SOBRE O FIM DO MUNDO

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Edição n° 31

Por Adailton Ferreira

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Se tivéssemos que dizer quantas vezes o mundo teve o seu fim decretado, não conseguiríamos contar; é inumerável. Foram muitas as previsões, são diversas mais ainda as especulações, e em meio a isto, existem as visões; visões, visões e mais visões…

São possibilidades de que a Terra pode sofrer impactos de outros corpos do espaço, isto no campo científico. Temos previsões seculares, tais como a de que raios galácticos iriam arrasar o sol e consequentemente a Terra, nas primeiras décadas do Século XXI, creditada aos Maias. Temos sentenças ainda mais antiguíssimas, e também mais respeitadas, como a de que a humanidade não escapará de um período apocalíptico, prevista pelos Hebreus. Pelo lado sociopolítico, temos como exemplo o fim do mundo anunciado por consequência de uma Guerra Atômica. E até, entre todas essas sentenças e possibilidades, pelo lado místico, de a Terra vir a sofrer uma devastadora invasão, sendo dominada inteiramente por seres extraterrestres. Se Nostradamus se enganou (arrasadoramente), anunciando o fim do mundo para antes do ano 2.000; se líderes religiosos pelo tempo afora, astrólogos (e outros tantos) vieram cometendo equívocos e mais equívocos, certamente cada um teve a sua razão. Mas, o que mais impressiona é a inquietação que todos esses alardes causam nas populações. É gente que muda extraordinariamente o comportamento da noite para o dia. Gente que se tranca em esconderijos imagináveis. Gente que faz extravagâncias. Gente que comete mil loucuras, gente que comete mil devaneios. Gente que chegou até a se matar antes do anunciado colapso. Gente que vira santo, sem saber mesmo o que isto venha a significar. Gente que passa a fazer tudo o que queria fazer na vida, e não havia feito até então. E daí (para a perplexidade de quase todos, e mais alguns), o mundo não se acaba. Porém, a roda continua: “vamos para a próxima previsão”.

A coisa é séria, gente, é bom não brincar com isso não; como não poderíamos levar a sério atitudes ligadas tão diretamente às convicções e à fé alheia?

Só que contraponho, aqui, uma ressalva, um alerta: não devemos nos esquecer de que o Mundo não para de se acabar, minuto a minuto, para mais de uma centena de pessoas. Basta lembrar que, conforme a Organização das Nações Unidas, em média, 6.120 pessoas morrem por hora no mundo. Não seria questão, então, para a gente repensar melhor no que seria efetivamente o “fim do mundo”? Que tal então, se esperássemos o “fim do mundo” que cabe a cada um de nós, envelhecendo com paciência e resignação. E pergunto: para que tanta ansiedade e angústia? Para que tanto “barulho” existencial?