Edição n° 19
Só de ler, dá vontade de rir. E às vezes, até mesmo, vontade de gargalhar. É o riso dos nossos dias, a nossa alegria ultramoderna, informatizada, virtual. A internet, não dá para negar, nos trouxe soluções e uma lista de benefícios que, se quiséssemos, ficaríamos até o final do dia a enumerar. É poderosíssima essa “rede” na qual todos nós nos entrelaçamos, interagimos, “enroscamo-nos”.
Deixando também de lado, claro, a lista imensa de coisas ruins (e igualmente inumerável) que compõe a Web, vamos falar desse nosso gargalhar, hoje mais que costumeiro, que se trata, sem dúvida alguma, de um fenômeno. Este nosso habitual Kkkkkkkk!
É expressão de uma revolução, não guardo dúvidas disso; e dessas revoluções que a própria história humana se encarregará de eternizar. E não se trata somente do primeiro estágio de uma revolução tecnológica, não; é indício de uma revolução, creio, acima de tudo, psicológica. Sim; e lhes reafirmo isto, porque tenho visto manifestações individuais em torno deste nosso riso virtual, que são, no mínimo, dignas de relato. Psicologicamente, é um avanço, é o que repito. E por quê? Ora, como exemplo, citarei apenas um caso:
Outro dia, tendo recebido alguns emails de um dos meus conhecidos _gente do meu círculo de trabalho_ notei o quanto ele ria (e até mesmo gargalhava) seu incontrolável Kkkkkkkk; tudo isso, em meio às frases das mensagens que ele mandava. Isto me fez rir, imediatamente, não somente pelo formato da mensagem, mas de toda a situação. O que impressiona, é que esse bom colega, pessoalmente, trata-se de uma figura sisuda, e nem mesmo fazendo-lhe cócegas, ele se entrega a uma risada. Tive (e ainda tenho) vontade de conversar com ele sobre esse assunto, mas creio que para enveredar por conversas dessa natureza, por temática tão subjetiva, seria melhor ter conhecimentos, nada superficiais, de psicólogo. Além do que, confesso com sincera alegria, que é melhor receber mensagens deste tipo, do que desagravos, ofensas, ou quaisquer outros lixos postais. Abro meus emails (desse meu amigo, e também de outros conhecidos), e diante das mensagens risonhas, risíveis, aceito-as como coisas das mais naturais. Afinal, a vida e seus segredos, suas peripécias, seus enigmas; tudo isso é algo muito divertido (apesar de complexo), e temos mesmo é que gargalhar: Kkkkkkkk!
