A Folha Carapicuibana parabeniza a todos os romeiros que participaram da Romaria de Santa Catarina, padroeira da Aldeia de Carapicuíba.

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Edição n° 14

Por Pablo Nemet

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Aconteceu, no último sábado (21), a 37ª Romaria de Santa Catarina, que tem o intuito de levar a devoção a Santa Catarina, padroeira da Aldeia, até a cidade de Pirapora do Bom Jesus, sob um percurso de 38 km, percorridos pelos romeiros já há 37 anos.

Realizada pela Prefeitura de Carapicuíba, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo, a romaria reúne pessoas de todas as idades, as quais utilizam diversos meios de transportes para percorrer o trajeto até Pirapora, tais como cavalos, charretes, carroças, carros, bicicletas e motos.

O momento mais emocionante é o retorno que se dá no domingo (22), quando os romeiros chegam ao ponto de partida e participam da missa em frente à Igreja de Santa Catarina, na Praça da Aldeia Jesuítica. Comumente a todos os anos, o local fica tomado de fiéis dispostos a receberem as bênçãos por mais um ano de devoção.

O evento tradicional reúne cerca de 5 mil pessoas e, a cada ano, torna-se mais popular na região.

O papel da religiosidade e a fé cristã que explica desde as romarias aos jejuns e santificações do religioso: quem planta alguma coisa, colhe alguma coisa.

No âmbito familiar em que vivemos, é comum aprendermos que é necessário ter fé; acreditar na força de um Deus onipotente, onisciente, onipresente; no Alpha e no Ômega, diga-se de passagem, inquestionável. Segundo Teresa Martinho, existe uma força imensurável na oração. Os mesmos preceitos que nos levam a crer em oração e força da fé estão na bíblia cristã, por exemplo. Independentemente de como a concebemos, essa força imensurável dos cristãos, chamada “Jesus Cristo”, irá nos acompanhar em nossas vidas nos momentos triviais, sejam eles fáceis ou difíceis; nas vitórias e derrotas; nas perdas e nas conquistas, isto é, sempre se pautando por uma força superior, seja qual for sua origem de entendimento social e filosófico (em qualquer religião ou seita), visto a relevância dessa dimensão de “religiosidade” em nossas vidas. De certo modo, ela reflete na formação da personalidade da pessoa, pois a crença em uma força superior, a qual vem respaldada por religião, independentemente de sua dimensão, desperta em nós valores e princípios, os quais nos ajudarão a nortear uma postura adequada diante de nossas condutas. Dentro do nosso ciclo religioso, aprendemos valores de suma importância, tais como: caridade, solidariedade, fraternidade, perdão, compreensão, em suma, acreditamos no óbvio – embora para muitos não seja óbvio – que, ao fazermos o bem aos nossos semelhantes, colheremos um bom fruto na dimensão espiritual, o que implica, sobretudo, no reflexo daquilo que possamos vir a colher nos dias subsequentes – e que se torna claro diante dos acontecimentos em nossas vidas, sejam eles bons ou ruins. Para os céticos, uma coincidência. Para os religiosos (seguidores do cristianismo propriamente dito), uma questão de “lógica”: basta prestarmos atenção nestes fatos até mesmo como um meio de pautar nossa conduta, definindo nossos erros e acertos, a propósito, abordados por nós mesmos por meio de uma reflexão. Façamos um teste e tiremos nossas próprias conclusões.

Além da religiosidade como um todo; da crença em um Deus justo, da fé e da certeza de que esta crença proporciona ao “crente” (no sentido de quem crê em algo ao exercer sua fé, independentemente da religião), há muitos outros valores relacionados à religiosidade, os quais ajudam a solidificar e alimentar a formação do caráter e, por conseguinte, da personalidade de cada um, como exemplo, a socialização.

A religião tem a capacidade de unir as pessoas provocando o sentido de companheirismo, criando núcleos sociais e comunitários, isto é, uma formação social de aceitação das pessoas, sem taxar sua condição socioeconômica, Há determinadas situações ligadas à condição humana que a religião tem, por si só, capacidade plena de administra-las, minimizando as diferenças, solidificando o amor fraterno e, consequentemente, dirimindo conflitos oriundos de discriminações e preconceitos existentes na sociedade. Cada religião trabalha isto de uma forma, mas é importante reconhecer que ela é uma instituição fundamental dentro daquilo que buscamos como medida sócio educativa e, em especial, como prevenção.

Juntamente da família, a religião exerce um papel fundamental para lutarmos contra todos os fatores de risco que, socialmente, poderemos vivenciar em nosso país. A temática da religião abordada por Maquiavel não tangencia a forma teológica, mas analisa a importância da crença e os meios pelos quais ela é trabalhada na cultura e na política. Para ele, a religião é um instrumento essencial para a formação e manutenção do Estado, neste sentido podemos afirmar que ela está a serviço da política. Ainda, de acordo com Maquiavel, a religião, como papel cívico-educativo, desempenha uma função normativa, educadora, estabelece hierarquias e ordenamentos organizacionais. Ele dirige os seus leitores a compreenderem a importância de respeitar a religiosidade de um povo para manter a república boa e unida, pois ela é capaz de cunhar nos homens um sentimento de amor e devoção à pátria. A propósito, é este sentimento de amor e devoção que levará o povo a lutar pela pátria quando for preciso!

Na questão da conduta humana, dentro da lógica mais óbvia, a “Lei da Colheita”, quando não fundamentada corretamente, deixa a desejar, como exemplo, aquelas situações em que o agricultor planta, mas não colhe o que plantou porque vem a chuva e leva tudo! Na verdade, a explicativa desta lei é mais específica, abordando o ‘Stricto Senso’ da questão – e muito óbvia por sinal: certo é que quem planta laranja, só poderá colher laranja, e, assim, sucessivamente… verdade esta abordada por toda e qualquer religião, um dos pontos cruciais que a exprime como formadora da ética e da moralidade. E há alguém que prove o contrário?

Pablo Nemet

“Nós temos a religião suficiente para nos odiarmos, mas não a que baste para  amarmos uns ao outros.”  Jhonathan Swiff