Ginásio Ayrton Senna: Pablo Nemet entrevista o grande mestre da educação esportiva e Técnico de Voleibol, Amilcar Ribeiro.

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Edição n°13

Por Pablo Nemet

No esporte é preciso se dedicar, dar tudo de si, esperar o melhor e, por outro lado, se preparar para o pior. É por esta razão que inúmeras pessoas costumam dizer que o esporte é uma grande metáfora da vida e que a prática esportiva vai muito além de campos e quadras.

Sabe-se que a vivência esportiva é uma poderosa oportunidade para a Educação. Habilidades necessárias aos esportistas, tais como raciocinar, exercitar a memória e compreender situações, bem como linguagens e estratégias, ajudam na aprendizagem em sala de aula. Mas é fato que os benefícios também são sociais e emocionais. No voleibol, por exemplo, aprendemos a importância do trabalho em equipe, do controle emocional, da disciplina, da perseverança – habilidades importantes não só para o sucesso escolar, mas para a vida e, cada vez, mais valorizadas pelo mercado de trabalho em sua essência!

Diferentemente daquilo que, por vezes, ocorre numa sala de aula, a prática esportiva chama a criança para expor-se ativamente. Um fato é um aluno acima do peso ouvir um discurso sobre obesidade, estando sentado na cadeira. Outro fato é este aluno participar de uma corrida.

Ao se mostrar e se posicionar, uma criança revela a sua personalidade de maneira espontânea. Um garoto tímido pode explodir em um jogo e, de repente, tornar-se agressivo. A aprendizagem do esporte não é só física, mas social e intrapessoal também! Ao conhecer melhor seus alunos, o educador tem a chance de intervir e propor maneiras para desenvolvê-los! “A expectativa é a de que, terminada a aula, esse aprendizado, que é ‘sócio moral’, emocional e cognitivo, transponha a quadra, o campo, a piscina, a pista e se incorpore na vida privada e pública do aluno”, resume o professor do Departamento de Ciências do Esporte na Universidade Estadual de Londrina, Wilton Santana.

Muitas pessoas acham que o esporte é única e exclusivamente lazer; que o esporte só é útil dentro de um ginásio. Contudo, é por esta razão que o jornal Folha Carapicuibana decidiu ir em busca de grandes profissionais especializados no assunto a fim de sanar determinadas dúvidas e, sobretudo, para prestar uma homenagem a esses brilhantes mestres na coluna “Destaque da Semana”.

Tivemos a honra de entrevistar o técnico de voleibol, Amilcar Ribeiro Merlino Junior. Confiram:

Pablo Nemet – Folha Carapicuibana:O que o motivou a ser um educador físico?

Amilcar Ribeiro: Desde criança pratiquei esportes, mas não consegui ser um atleta de expressão. Então decidi que passaria minha experiência esportiva para outras pessoas, principalmente para crianças e jovens.

Pablo Nemet – Folha Carapicuibana: Na sua concepção, o esporte pode ter alguma influência na vida do jovem? Explique.

Amilcar Ribeiro: Totalmente. O Esporte faz com que os jovens tenham outra visão do mundo, tenham responsabilidades, trabalhem em grupo, lidem com regras.

Pablo Nemet – Folha Carapicuibana: A inclusão pelo Esporte fortalece e potencializa as atuações das entidades assistenciais e comunidades por meio da realização de atividades esportivas. Pensando em um compromisso social, como esse trabalho pode ser organizado em áreas livres, por exemplo?

Amilcar Ribeiro: Na minha opinião, com as chamadas “ruas de Lazer”. É através dessas atividades que trazemos as comunidades para perto do Esporte. Isto pensando nas crianças e jovens… Para adultos, usar Praças e Parques com ações de atividades físicas!

Pablo Nemet – Folha Carapicuibana: Você conhece algum jovem que escolheu o esporte e a educação no lugar do crime e das drogas ou, ainda, algum jovem que foi resgatado de uma situação semelhante por meio do esporte?

Amilcar Ribeiro: Pelas minhas mãos, graças à Deus não tive essa experiência! Mas todas as crianças que passaram por mim, de algum jeito, eu ajudei muito… pois hoje em dia encontro com eles(as), estão fazendo faculdade… alguns já são pais e mães responsáveis; outros são atletas profissionais… então, de alguma forma, formei cidadãos responsáveis. Isso é o que me orgulha!

Pablo Nemet – Folha Carapicuibana: Inúmeros jovens começam a consumir bebidas alcoólicas muito cedo. Isso é uma realidade também dentro do meio esportivo? Como trabalhar os problemas psicossociais por meio do esporte?

Amilcar Ribeiro:Isso existe no meio do Esporte e acho que tem que ser trabalhado com conversa, não com imposições, pois, pro jovem, tudo que é proibido aguça mais a curiosidade. Temos que explicar os malefícios que isto irá causar à eles.

Pablo Nemet – Folha Carapicuibana: De que forma o consumo de álcool pode influenciar o desempenho dos praticantes de atividades físicas?

Amilcar Ribeiro: Seu desempenho vai cair muito. Fisicamente a pessoa ficará com as suas reações debilitadas, perderá seriamente sua coordenação motora, equilíbrio; seu raciocínio ficará lento… coisas primordiais para qualquer esporte.

Pablo Nemet – Folha Carapicuibana: Os efeitos do álcool no organismo podem ser minimizados ao se realizar exercício físico, isto é, desde que feitos após o consumo de bebidas alcoólicas?

Amilcar Ribeiro: Existem estudos que dizem que a atividade física atenua os efeitos do álcool no organismo, mas que não devem ser feitas logo após o consumo, isso não é saudável, pois pode sobrecarregar o fígado, pois ele estará tentando desintoxicar o organismo.

Pablo Nemet – Folha Carapicuibana: E na ordem inversa, no caso de bebidas alcoólicas serem consumidas após a prática de atividades físicas, existe algum impacto (positivo ou negativo)?

Amilcar Ribeiro: Sim, é negativo, pois a sua recuperação física não acontecerá normalmente.

Pablo Nemet – Folha Carapicuibana: Hoje em dia a maioria dos jovens, ao invés de praticar algum esporte, prefere fazer uso contínuo do computador. Como combater esse sedentarismo?

Amilcar Ribeiro: Primeiramente acho que isso vem da própria pessoa: se ela quer ou não uma vida saudável, há vários caminhos para combater o sedentarismo, como o simples caminhar para ir de um lugar a outro, sem meios de transportes. Hoje em dia existem várias ações em ginásios, praças, parques, clubes etc….é uma questão de consciência!

Pablo Nemet – Folha Carapicuibana: Manter uma rotina de exercícios pode ser muito difícil. Existe alguma técnica para encontrar tempo e não perder o pique?

Amilcar Ribeiro: Novamente entramos na questão das pessoas se conscientizarem que, fazendo atividade física, por menor que seja, vai fazer bem à ela no futuro. A técnica é a pessoa QUERER: ela tendo isso o tempo aparece e o pique nunca acaba!

Pablo Nemet – Folha Carapicuibana: Que mensagem de incentivo você pode deixar aos nossos leitores que gostariam de praticar esportes, mas não sabem quando e como começar?

Amilcar Ribeiro:Como disse no começo, eu estou no Esporte há muito tempo, desde a minha infância. Minha família faz parte do esporte, minhas filhas praticam (uma atleta de voleibol e outra na ginástica artística).

Só tem benefícios o Esporte… pra sua Saúde, quanto mais cedo começar melhor! Procure atividades que você mais goste – para crianças existem as Escolinhas de Esportes desde os sete anos. Existem as danças, como Ballet, Jazz e etc…

As modalidades esportivas propriamente ditas como Voleibol, Basquete, Futebol, Futsal etc., começam um pouco mais tarde: com nove, dez anos.

Para os Adultos existem Danças, Caminhadas, Corridas….

Não existe desculpas para não praticar alguma ATIVIDADE FÍSICA, é só querer e fazer!!!!

Obrigado pela oportunidade.

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Amilcar Ribeiro Merlino Junior

Professor de Educação Física e Técnico de Voleibol

CREF 9208-G/SP