ACIDENTES GRAVES NA “CURVA DO S”- AV. INOCÊNCIO SERÁFICO: COLUNISTA POLÍTICO PABLO NEMET APRESENTA SEU 1º PROJETO DE LEI COM DEVIDOS CÁLCULOS DE ENGENHARIA

Edição nº 11

Por Pablo Nemet

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Na madrugada de quarta-feira (27), por volta da 01:20 da madrugada, um ônibus da viação Osasco perdeu o controle e colidiu com um condomínio de prédios, na avenida Inocêncio Seráfico, conhecida na região como “curva do S”. O ônibus perdeu o controle devido ao asfalto molhado pela garoa. Segundo o motorista, “a fim de  desviar de uma batida com um carro”, ele  acabou colidindo com o muro do condomínio.

Infelizmente, o motorista do ônibus ficou gravemente ferido e, se encontra hospitalizado. Por outro lado, felizmente, o ônibus não atingiu ninguém.

Moradores reclamam e afirmam que ocorrem acidentes naquela região com uma frequência absurda – inclusive, há 70 anos que esses episódios são protagonizados por vítimas que perdem suas vidas exatamente na conhecida “curva do S.” Alguns moradores pedem para que o limite de velocidade seja diminuído.

Entretanto, os profissionais especializados em áreas da engenharia dos transportes, os quais fazem parte da equipe do Jornal Folha Carapicuibana, afirmam que, de acordo com as pesquisas, se for este o critério adotado, motoristas embriagados, por exemplo, continuarão passando com seus veículos a uma velocidade muito alta. O correto seria projetar uma lombada ou algo do gênero – como a sinalização vertical por meio de radar –  para que todo e qualquer motorista seja obrigado a reduzir a velocidade, sem outra opção.

Segundo estes profissionais, de acordo com uma pesquisa desenvolvida pelo U.K. Departament of Transport, citada no estudo Metodologia para Tratamento de Acidentes de Tráfego em Rodovias, a cada 100 acidentes na velocidade de 32km/h, 5 pessoas morrem, 65 ficam feridas e 30 ficam ilesas. Na velocidade de 48 km/h, 45 pessoas morrem, 50 ficam feridas e 5 ficam ilesas. Na velocidade de 64km/h, 85 pessoas morrem, 15 ficam feridas e 0 ficam ilesas.

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tabela_20de_20acidentes

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É por esta razão que, em muitas cidades europeias, além do limite máximo estabelecido para todo o perímetro urbano de 50 km/h, ainda há, nas regiões de maior concentração de pedestres, as chamadas “Áreas de 30 km/h” ou “Bolsões de 30 km/h”, as quais visam justamente manter e preservar a vida das pessoas, inclusive, das mais vulneráveis, isto é, “os pedestres”, estando estes acima de qualquer outra prioridade.

Em São Paulo, está em andamento junto ao Programa de Redução de Velocidades, que visa o aumento da segurança, a implantação das chamadas “Áreas 40”: são bolsões criados em regiões de grande concentração de pedestres, onde a máxima velocidade permitida é de 40km/h.

Assim, percebemos que as velocidades excessivas ou inadequadas são inegavelmente reconhecidas como importante elemento de causa ou agravamento de lesões em acidentes de trânsito, portanto devem ser limitadas, sobretudo no meio urbano, onde se concentram os usuários mais vulneráveis, tais como pedestres, ciclistas e motociclistas.

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PRIMEIRO PROJETO DE LEI DE PABLO NEMET

Solicitação do colunista político da Folha Carapicuibana ao Prefeito Sérgio Ribeiro: Linhas de Estímulo a Redução de Velocidade (LRV)

De acordo com o Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), mais precisamente no manual de Sinalização horizontal de 2007, Volume IV, a LRV é um grupo de linhas paralelas que, pelo efeito visual, induz o motorista a diminuir a velocidade do veículo.

Os engenheiros dos transportes da Folha Carapicuiba fizeram o levantamento topográfico para efetuar a produção da Carta do trecho da Av. Inocêncio Seráfico, conhecida popularmente como a “Curva do S”, que, de acordo com os comerciantes e moradores da região, sofre constantes acidentes há mais de 70 anos.

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Projeto

A aplicação da LRV se dará na Av. Inocêncio Seráfico, exatamente na altura do N° 3020 (próximo a Rua Candeia) à altura do N° 3540 (próximo a Av. Jatobá). O referido trecho possui 250 metros de extensão. Acompanhe imagem abaixo:

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mapa_20inicial

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O projeto da LRV, proposto por Pablo Nemet, consiste em diminuir a velocidades dos veículos de 60 km/h para 30 km/h neste trecho, se valendo das seguintes fórmulas:

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formulas

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Nomenclatura:

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nomeclatura

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1°) Cálculo de (ta):

O tempo necessário para alcançar a velocidade desejada (ta) é 5,67 segundos.

2°) Cálculo de número de faixas ou intervalos (n):

O trecho contará com 06 faixas.

3°) Cálculo da distância das linhas em relação ao ponto inicial (ponto zero):

ei

Tabela demonstra distancia de cada ponto (linha)

Ei Ei (m) Ei (m) Adotado Distancia entre as Linhas (m)
0 0,00 0,00
1 15,93 16,00 16,00
2 30,4 30,00 14,00
3 43,39 43,00 13,00
4 54,92 55,00 12,00
5 64,97 65,00 10,00
6 73,56 74,00 9,00

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4 verifica

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Todavia, para garantir que a velocidade seja realmente diminuída, ainda se faz necessário 02 lombadas em ambos os sentidos, à 10 metros da ultima LRV, conforme nosso esboço abaixo:

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Na imagem abaixo é possível conferir, com maiores detalhes, a faixa do Centro de Carapicuíba “sentido Vila Dirce”, onde, a faixa ponto zero se refere ao início e a última faixa ponto 06 se refere ao final (de 74,20 m). As distâncias das faixas estão na imagem disposta no cálculo 05:

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Na imagem abaixo (o mesmo caminho, sentido contrário) é possível conferir com maiores detalhes a faixa da Vila Dirce sentido Centro de Carapicuíba, onde, onde, a faixa ponto zero se refere ao início e a última faixa ponto 06 se refere ao final (de 74,20 m). As distâncias das faixas estão na imagem disposta no cálculo 05:

onde, a faixa ponto zero se refere ao início e a última faixa ponto 06 se refere ao final (de 74,20 m). As distâncias das faixas estão na imagem disposta no cálculo 05:

Considerações Finais

A aplicação correta da LRV (Linhas de Estímulo a Redução de Velocidade) induz o condutor do veículo a diminuir a velocidade devido ao intervalo e a distância entre as faixas paralelas, entretanto, se faz necessário usar sinalização vertical (placas) que indique uma velocidade menor nesse trecho. Vale lembrar um fator de suma relevância: levar-se-á em conta os condutores de veículos embriagados, os quais, devido a capacidade de discernimento reduzida em dado momento, não irão respeitar a LR, tampouco a sinalização vertical. Tendo em vista esta realidade, deverão ser locadas 02 (duas) lombadas no final de cada LRV, em ambos os sentidos, com o intento de forçar o motorista a reduzir a velocidade, isto é, sem que lhe seja oferecida outra opção, zelando assim pela vida dos munícipes.

Contudo, a instalação de radar não sanaria os acidentes no local, a priori, auxiliaria em outras situações, por exemplo, no que tange os veículos irregulares, tendo em vista aqueles não documentados ou ‘in mora’ com os impostos, ignorando as leis de trânsito, bem como as multas geradas.

Conforme os cálculos, o limite de 30 km/s proposto apenas no trecho de 250 metros não irá impactar o fluxo do trânsito, pois, em trânsito livre, o trecho será cumprindo em torno de 30 segundos.

Pablo Nemet


O município de Carapicuíba agradece aos jovens filantropos e jornalistas da Folha Carapicuibana, pesquisadores e especialistas em Transporte Terrestre com ênfase em Engenharia de Transportes e Mobilidade Urbana pela Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo, 
Wandir Coelho Cavalheiro e Fabiana Rodovalho Nemet, autores da pesquisa e do desenvolvimento completo do projeto proposto.