“ZÉPOVINHAR” (Ou o “dom” da curiosidade?)

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Edição n° 10

Por Adailton Ferreira

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Se tivéssemos que buscar um significado para este termo em algum dicionário de verbetes populares, encontraríamos provavelmente a seguinte definição: “cuidar da vida alheia”, “entrar em conversa sem ter sido convidado”, “se achegar a situações sem conhecer o cerne do problema”, entre outras tantas azucrinações que muita gente comete, mesmo sem querer, em face de outra grande parcela de gente.

E quem já não “zépovinhou” na vida, meus bons amigos, sejamos sinceros; quem há que não tenha visto alguém sendo socorrido na rua e se aproximou um pouco mais, para dar no mínimo uma espiadinha; ou mesmo, vendo duas pessoas discutindo em público, não deixou de ouriçar os ouvidos para ouvir o bate-boca, na íntegra, acalorado; ou ainda _e esta, de todas é a melhor _ deu palpite em meio a uma conversa, sem ter conhecimento sequer de um décimo do assunto? O “verbo”, não de outra maneira, só pode então ser conjugado assim:

“Eu zépovinho”, “Tu zépovinhas”, “Ele zépovinha”, “Nós zépovinhamos”, “Vós zépovinhais” e assim por diante…