Delator coloca Cunha na mira das investigações.

Edição n°8

Wandir Coelho Cavalheiro

Eduardo Cunha (PMDB-RJ) está sendo investigado pelo Conselho de Ética por manter contas secretas fora do país e por omitir a existência da mesma no depoimento na CPI da Petrobrás. O delator desta nova história foi o doleiro Leonardo Meirelles, ex-sócio do Alberto Youssef, que, por sua vez, foi condenado pela justiça a 05 anos e 06 meses de prisão, nas primeiras etapas da Operação Lava Jato, por lavagem de dinheiro!

Meirelles, ao depor ao Conselho de Ética da Câmara, nesta quinta-feira (07/04/2016), confessou que recebeu 3 transferências bancarias do empresário Júlio Camargo ao longo do ano de 2012, depósitos que totalizavam US$ 5,1 milhões. Ele disse que usou empresas na China para lavar o dinheiro e transforma-lo em moeda nacional, entregue “em espécie” ao seu ex-sócio Youssef. Esse dinheiro tinha como destino o atual presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha.

O delator disse ainda que tinha conhecimento de todas as fraudes; que utilizavam empresas de fachada de Youssef para prestar serviços à Petrobras. Salientou também que foram desviados cerca de US$ 140 milhões num período de 04 anos!

Os advogados de Cunha tentaram interromper os depoimentos acionando o Supremo Tribunal Federal (STF), alegando que Meirelles e as outras testemunhas não teriam nada a relatar, porém, a ministra Cármem Lúcia negou o pedido. É de costume que a Câmara pague o custo de transportes dos delatores, no entanto, a viagem de avião de Meirelles – da cidade de São Paulo à Brasília – não foi paga, caracterizando uma tentativa de atrapalhar as investigações, tendo em vista que, o responsável por pleitear a liberação desse dinheiro é o delatado “Cunha”.