Edição n°08
Embora a política não faça parte das preocupações diárias da maioria das pessoas, é necessário que se façam algumas considerações sobre este tema que é da maior importância, na medida em que exerce influência sobre a vida de todos.
A política brasileira se transformou em atividade da qual grande parte dos cidadãos de bem tem procurado se afastar, em parte devido aos maus exemplos que são oferecidos por alguns dos atores políticos.
Os escândalos de corrupção, os exemplos de malversação dos recursos públicos, os ganhos exagerados daqueles que são eleitos para representar o povo fazem com que o cidadão se torne cada vez mais avesso à política.
Assim, a participação da população fica cada vez mais restrita ao direito de voto, que na verdade é um direito, um poder e um dever, o que merece ser melhor explicado:
-é um direito porque por meio do voto se tem a oportunidade de expressar adesão ao partido com a ideologia com a qual melhor se identifica;
-é um poder porque pelo voto o povo elege aqueles que representarão a sua vontade, que é suprema. Nos termos do parágrafo único do art. 1º da Constituição Federal, “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”;
-é um dever porque o voto não é livre, sendo apenas facultativo nas situações previstas na Constituição Federal.
Quando o cidadão se afasta da política está negligenciando um importante papel que lhe é atribuído na democracia. Os maus políticos não podem ser tomados como regra ou motivação para aversão à política. Os maus exemplos devem orientar o eleitor no sentido de se tornar mais cauteloso e exigente nas suas escolhas futuras.
A única forma de a sociedade evoluir democraticamente é aprimorando a capacidade de escolha dos seus representantes. E isto não constitui tarefa fácil. Mas, na medida em que os maus representantes deixarem de receber votos a qualidade do conjunto daqueles que conduzem a vida política do País melhorará.
Para tanto, o cidadão eleitor tem o dever de votar de forma consciente e responsável, avaliando o partido e os candidatos para os quais direcionará seu voto.
É também importante e necessário que o cidadão que detenha alguma aptidão para o exercício da atividade política a abrace como desafio e oportunidade de trabalhar digna e honestamente em favor da sociedade, respeitando o voto e a confiança que cada eleitor que lhe dedicou.
É ilusório imaginar que se pode viver numa democracia sem a atuação dos políticos. Por isto, deve-se prestigiar os políticos honestos, e é certo que eles existem. Deve-se evitar a reeleição daqueles que fazem mau uso do mandato. Deve-se também incentivar as pessoas de bem que se propõem dedicar à vida pública.