Manifestando a liberdade

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Edição n°05

Por Dr. João Luiz Barboza

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Liberdade!

Em que pese todas as dificuldades atuais que o Brasil atravessa, todos os brasileiros têm algo muito importante a comemorar. As manifestações do domingo, dia 13, e da sexta-feira, dia 18, demonstraram que atingimos um grau de liberdade democrática da qual podemos nos orgulhar.

A melhor forma de avaliar a liberdade de manifestação é ter vivido o período em que ela era praticamente inexistente. Muitos brasileiros têm esta experiência de vida e, portanto, sabem da importância desse direito fundamental que a Constituição brasileira assegura a cada indivíduo. A liberdade de manifestação, com cada pessoa tendo a oportunidade de expressar sua preferência política de forma livre e espontânea, constitui patrimônio que devemos preservar a qualquer custo.

Os dois movimentos, o primeiro de insatisfação e o segundo a favor do atual governo, deram uma grande e inédita demonstração de civilidade. Não se teve notícia de qualquer ocorrência que pudesse ser considerada anormal para eventos de tal ordem. Quando milhões de pessoas ocupam as ruas de forma ordeira e pacífica na defesa de suas preferências políticas o país dá sinais evidentes de maturidade democrática.

Também não se pode negar reconhecimento aos órgãos responsáveis pela ordem e segurança, inclusive garantindo o direito dos simpatizantes de correntes políticas antagônicas não terem obstruídos os espaços previamente reservados à sua manifestação, de forma a impedir eventuais confrontos que poderiam ser ocasionados pelas paixões da hora.

É importante que se tenha consciência de que a proporção tomada por tais movimentos produzirá alguma consequência. Porém, qualquer que seja ela, que floresça da vontade expressa pela maioria do povo brasileiro.

E o povo deve estar vigilante no sentido da preservação dos seus direitos, pois mesmo a liberdade que se mostra consolidada está sujeita a sofrer abalos inesperados. A liberdade não é oferecida pelo Estado; a liberdade é uma conquista do povo, e o Estado tem o dever de assegurar que ela possa ser exercida por cada indivíduo.

A liberdade é como a chama de uma vela que ilumina nosso caminho, porém se não protegida da ventania nos põe cegos, perdidos na escuridão.